Terapêutica da esporotricose felina : revisão de literatura

A esporotricose é a zoonose micótica de implantação subcutânea mais importante do Brasil, causada por fungos do Complexo Sporothrix schenckii que frequentemente acomete humanos, cães e, principalmente, gatos. A esporotricose felina apresenta diferentes formas clínicas e o tratamento representa um desafio para o Médico Veterinário. Diversos estudos enfocam os aspectos terapêuticos da esporotricose em seres humanos, entretanto, na espécie felina, existem poucos relatos ou estudos de séries de casos. Ademais, é crescente os relatos de casos de esporotricose felina refratários à terapia convencional. Assim, teve-se como objetivo realizar uma revisão da literatura acerca da terapêutica da esporotricose felina. Para isso, primeiro realizou-se uma consulta a sites e periódicos indexados dos últimos 11 anos, que descrevem e avaliam protocolos terapêuticos desta doença em felinos. A partir desta revisão, pode-se concluir que o itraconazol é o fármaco de primeira escolha, tendo o iodeto de potássio, fluconazol, terbinafina e cetoconazol como algumas alternativas de tratamento. Ressalta-se ainda, a associação do itraconazol com iodeto de potássio e/ou anfotericina B nos casos resistentes, assim como as intervenções cirúrgicas e a termoterapia nos casos de falha terapêutica e quando as lesões são localizadas. Também, o uso de terapia imunomoduladora adjuvante é importante para diminuir o tempo para remissão dos sinais clínicos extracutâneos, melhora o prognóstico e sobrevida dos gatos com esporotricose cutânea disseminada.Sporotrichosis is the most important subcutaneous mycosis in Brazil, caused by fungi of the Sporothrix schenckii complex, and that frequently often affects humans, dogs and, especially, cats. Feline sporotrichosis presents different clinical forms, and the treatment represents a challenge for the Veterinarian. Several studies focus on the therapeutic aspects of sporotrichosis in humans, however, in the feline species, there are few reports or case series studies. Furthermore, there are increasing reports of feline sporotrichosis cases that are refractory to conventional therapy. Thus, we aimed to conduct a review of the literature on the treatment of feline sporotrichosis. In this work, we first consulted websites and indexed journals from the last 11 years that describe and evaluate therapeutic protocols for this disease in felines. From this review, it can be concluded that itraconazole is the drug of first choice, with potassium iodide, fluconazole, terbinafine, and ketoconazole as some treatment alternatives. The association of itraconazole with potassium iodide and/or amphotericin B in resistant cases, as well as surgical interventions and thermotherapy in cases of therapeutic failure and when the lesions are localized, are also highlighted. Also, the use of adjuvant immunomodulatory therapy is important to decrease the time to remission of extracutaneous clinical signs, improves the prognosis and survival of cats with disseminated cutaneous sporotrichosis