EDUCAÇÃO, TRABALHO E DESIGUALDADE: DESAFIOS PARA A PROMOÇÃO DA MOBILIDADE SOCIAL

Pretende-se neste artigo desenvolver uma análise teórica da temática da desigualdade no que diz respeito à educação. O eixo norteador de tal análise será pensar a expansão do sistema educacional brasileiro levando em consideração a permanência das desigualdades e como isso reflete no mercado de trabalho. Para tanto partiremos da conceituação de desigualdade oferecida por Charles Tilly e Amartya Sem. Ao adotarmos tal perspectiva não pensamos em termos de desigualdade na distribuição de recursos, mas na qualidade e possibilidade de usos dos recursos. O que nos interessa aqui é deixar claro que para acabar com as desigualdades é preciso mudar as estruturas sociais e econômicas. Sendo assim, o fim das desigualdades só será percebido quando formos capazes de promover a mobilidade coletiva, ou seja, não podemos pensar a mobilidade em termos individuais e sim a mobilidade de um grupo todo na estrutura social. E qual é papel desempenhado pela educação no estudo das desigualdades? Por que mesmo depois da expansão do sistema educacional brasileiro as desigualdades educacionais permanecem? Como é feita a transição da escola ao mercado de trabalho? As credenciais educacionais são suficientes para garantir a transição tranqüila do sistema educacional para o mercado de trabalho? A partir dessas questões temos como objetivo traçar um panorama da educação brasileira ressaltando os atrasos, conquistas, desafios e permanências