Bem-estar nos funcionários não docentes do ensino superior em contexto de teletrabalho

Mestrado Bolonha em Gestão de Recursos HumanosO bem-estar no trabalho é um tema que, ao longo dos anos tem vindo a assumir importância nas organizações, principalmente aquelas que se preocupam com a sustentabilidade social. Tendo em conta as mudanças que o ensino superior tem sofrido ao longo dos últimos anos e ainda, o impacto que o bem-estar nos funcionários pode ter para o desempenho dos alunos, este tema torna-se bastante relevante. Com a pandemia Covid-19, e com o encerramento das universidades, todos os funcionários passaram a trabalhar em teletrabalho. Assim, o presente estudo visa investigar o bem-estar nos funcionários não docentes numa instituição de ensino superior em contexto de teletrabalho, durante a pandemia Covid-19 em Portugal. Este estudo é suportado num inquérito por questionário e foi conduzido numa amostra de 60 indivíduos. Utilizou-se para a análise de dados o SPSS (Package for Social Sciences), versão 26. Os resultados do estudo evidenciam que os funcionários não docentes da instituição de ensino superior estudada possuem no geral uma boa qualidade de vida no trabalho. Constata-se igualmente que a confiança na organização impacta positivamente no bem-estar, na satisfação no trabalho e na carreira e nas condições de trabalho. A flexibilidade no trabalho, principalmente a nível de horário, está positivamente relacionada com o equilíbrio casa-trabalho. Os indivíduos que apresentam maior satisfação no trabalho e na carreira são os indivíduos que possuem mais habilitações literárias. Também é possível afirmar que os indivíduos que apresentaram maiores níveis de bem-estar geral e maior percepção de eficácia/produtividade são os que trabalham na instituição há mais tempo. Por fim, foi possível identificar diferenças a nível do regime de trabalho, onde os indivíduos que trabalham exclusivamente em teletrabalho são os que apresentam maiores níveis de stress bem como de percepção de eficácia/produtividade e de confiança na organização. Não se encontrou diferenças estatisticamente significativas de género ou idade.Throughout the years, well-being at work is a topic that has become of increasing relevance in organizations, particularly in those concerned about social sustainability. Given the changes in the past years in higher education as well as the impact that employee well-being can have on students' performance, this becomes a topic of utmost importance. Due to the COVID-19 pandemic and consequently universities closing, workers have had to adjust and work remotely. Thus, the present study aims to investigate employee well-being at a higher education institution in staff working remotely, during the COVID-19 pandemic in Portugal. This study is supported by an inquiry through a questionnaire and it was conducted on a sample of 60 individuals. In order to analyze the data, an SPSS (package for social science) version 26 was used. The results of the study show that the staff of the higher education institution generally have a good quality of working life. It is also clear that organizational trust has a positive impact on well-being, work and career satisfaction and work conditions. Flexibility at work, especially on work schedules, is positively related to work-life balance. The individuals showing higher jo and career satisfaction are the individuals that have higher academic qualifications. Additionally, it can be affirmed that the individuals showing higher levels of general well- being and greater perception of effectiveness/productivity are the ones that have been working at the institution for a longer time. Lastly, it was possible to identify differences on teleworking, where the individuals that work exclusively remotely are the ones showing higher levels of stress as well as perception of effectiveness/productivity and organizational trust. No statistically significant differences of gender or age were found.