O nível e a estabilidade da taxa de lucro das maiores empresas industriais em Portugal : 1989-1993

Neste artigo analisam-se as determinantes estruturais e estratégicas do nível e da estabilidade da taxa de Iucro das maiores empresas industriais em Portugal no período 1989-1993. Constacta-se que as estratégias das empresas são mais relevantes do que as estruturas de mercado na explicação das suas performances. Contudo, com a estimação de modelos, com os dois tipos de variáveis obtém-se melhores resultados estatísticos do que utilizando apenas variáveis estruturais ou só variáveis estratégicas. Os resultados deste estudo estão suportados em dados empíricos de natureza empresarial correspondentes a um período recessivo da actividade industrial, a que, eventualmente, não permite a sua generalização para outro tipo de conjunturas. Por ventura, em ambientes recessivos, as práticas colusivas, a existirem, não são operativas, contrariando assim as predições teóricas dos efeitos da concentração e das barreiras à entrada sobre a performance das empresas. Os resultados sugerem que as empresas devem procurar um maior equilíbrio entre capitais alheios e capitais próprios no financiamento das suas actividades e que o crescimento melhora a performance das empresas em condicões de adversidade, não obstante a dimensão não ser fonte de Iucros acrescidos nem da sua estabilidade. A diversificação de actividades com uma não excessiva dependência dos mercados extemos ao nível das vendas favorece a rentabilidade e toma as empresas menos vulneráveis a conjunturas adversas.As empresas controladas por capitais estrangeiros e as sectores mais penetrados por estas empresas são mais rentáveis, mas a natureza do capital das empresas não as discrimina quanto à estabilidade dos Iucros.