ADOLESCÊNCIA: A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO À ESCUTA NO ENFRENTAMENTO DAS EMOÇÕES

É notável que durante a história, a adolescência tornou-se um dos ciclos vitais mais importantes na vida do ser humano, isso porque culturalmente assumiu novos significados figurando como um fato social, o que evidenciou a relevância da atenção não só aos aspectos biológicos, mas ainda aos psicossociais. É importante ressaltar que nesse período do desenvolvimento todas as questões relacionadas às incertezas e às dúvidas permeiam a vida do adolescente, principalmente por ser uma transição da infância para a vida adulta que afeta toda a inserção no meio social. É válido ressaltar que geralmente costumam surgir, por exemplo, a ansiedade, que pode ser desencadeada devido ao ambiente estressante em que se vive, a separação dos pais dentre outras motivações. Caracterizada por uma preocupação intensa e excessiva, além do medo de situações comuns do dia a dia, a ansiedade tem estado presente cada vez mais nos adolescentes, assim como também a depressão, que se caracteriza, basicamente, pela perda de interesse em atividades comuns do dia a dia, prejudicando de forma significativa a vida do indivíduo. O objetivo deste trabalho é discutir a importância do incentivo à escuta qualificada junto a adolescentes, no âmbito assistencial de uma organização não governamental. É um relato de experiência dos resultados parciais da disciplina de Práticas Integrativas IV do Curso de Psicologia, referente ao período de setembro e outubro de 2021, sendo que as referidas práticas vão até dezembro. Os materiais utilizados foram os registros documentais. Após a inserção dos alunos e o contato inicial com os adolescentes oriundos de um bairro da periferia e em situação de vulnerabilidade familiar e social percebeu-se a importância da criação de um ambiente de escuta, sendo um espaço onde o indivíduo poderá falar livremente sobre os assuntos propostos levados por ele bem como os assuntos lançados pelos outros participantes. A intenção com a criação desse ambiente de escuta foi de que os indivíduos trocassem experiências, falassem o que estão sentindo e, mais que isso, fossem ouvidos e compreendidos. Através do diálogo, eles foram exercitados no “pensar” e na sensação de ser acolhidos por todos de modo a favorecer o seu desenvolvimento bem como sua saúde física e mental. Dessa forma, foram utilizadas dinâmicas de resolução de problemas com temas que despertassem o interesse opinativo do grupo, e principalmente, que os levassem a partilhar livremente sobre as suas emoções sem medo de julgamento, sendo necessário firmar um ambiente de respeito e empatia. Conclui-se, com os dois encontros realizados, que essas primeiras intervenções se mostram eficazes, fornecendo a devida atenção para as inúmeras necessidades negligenciadas, através da rede de escuta e de apoio que reforçasse os laços dos envolvidos, proporcionou-se um ambiente de trocas significativas e aconselhamento livre através do enfrentamento da vida por cada um