A administração e o Brasil: as figuras do gestor, do colonizador e a imagem paterna

Elaborada a partir de uma etnografia realizada entre dezembro/95 e fevereiro/96 em uma oficina de marcenaria (a Chácara Cogumelo), através do método da Pesquisa Participante. A partir da realidade vivenciada nessa pesquisa, e da identificação dos vínculos de dominação nessa oficina que remetem a situação pai/filho, procura-se analisar o fenômeno mais amplo do poder organizacional no Brasil. Analisa o processo de divisão social, da desigualdade e da exclusão, argumentando que o mesmo reside: na separação dos saberes intelectuais/manuais das práticas administrativas, de forma geral; e no processo da formação nacional, através da figura do explorador escravocrata, no caso brasileiro. Ressalta a violência, a resistência e os conflitos existentes nas relações gestores/subordinados e colonizadores/escravos, através de uma leitura das condições materiais e simbólicas que sustentam essas dicotomias. A partir disso propõe uma analogia entre as figuras do gestor e do colonizador, através da imagem paterna.This thesis has its starting point in an ethnography that we realized from decemberj94 to februaryj95 in a carpenter shop called Chácara Cogumelo, through the participatory research method. From the reality we have experienced (breathed), we have identified the domination· entailments of this shop floor directly connected to the father/son situation, that drove us to remit to the wider phenomenon of organizational power in Brazil. It analysis the social division process, of unequal social conditions and the exclusion process that we observe and we argue it dwells: in the separation of the intellectual and manual knowledge that is intrinsic to management practices in our system, in a wider sense; in the peculiar colonization process through the action represented by the figure of the slavery explorer, in the national context. It stands out the violence, the resistance and the conflicts that exists in the relations managers/subordinates, settlers/slavers through the interpretation of material and symbolic conditions that sustains these dialectics. From this base, it propose an analogy among the figures represented by the manager and the settler, through the paternal image