Como um todo, Notas para uma História Geral do Cinema, de Eisenstein, aparece como um esboço protéico de um esforço dialético constantemente animado por um ritmo duplo, algo como uma respiração ou um incessante batimento cardíaco. Por um lado, Einsenstein entendia o cinema como uma espécie de gigantesca diástole, ou seja uma extraordinária abertura do campo da imagem: consequentemente, ele trouxe à tona uma antropologia na qual os ditirambos greco-dionisíacos e as peregrinações cristãs, o teatro de marionetes e a pintura grisaille, Picasso e os egípcios, os retábulos de Van Eyck e os pergaminhos chineses, os poemas de Verlaine e a olaria peruana, o teatro javanês e a fotomontagem construtivista, entre inúmeros exemplos citados, estariam col...