Seca, deslocamentos e serviços de emergência: a experiência dos trabalhadores da construção do açude araras (1951-1958).

At this moment, the dissertation intends to discuss the migratory processes and the experiences of workers in the construction services of Araras sugar, located in the municipality of Varjota, located in the North Zone of Ceará, in the middle course of the Rio Acaraú, 270 miles from Fortaleza, capital of State . A dam, created under the tutelage of the National Department of Works Against Segas (DNOCS), was inaugurated on July 31, 1958. Transformed into emergency services for retirees during the droughts of 1951-1953 and 1958, a time frame of our research, attracted thousands of people looking for a job. When confronting sources of different natures, we look for problematic answers, such as: who were the subjects in question? What motivations did you consider to choose the works of Açude Araras as a local destination? How do we perceive this experience, reconstitute it as spatial dynamics and their identities? How to resist the impositions in the social conflict experienced? The maintenance of these operators is not allowed, as the principle would be provisional, exercising the possibility of transfers, fixation and rotation of residents. Later, as related to oral sources, this camp was transferred to another area in the late 1960s, developing and integrating a city, Varjota. This mode, such migrations is shown as a multifaceted phenomenon, extrapolating an economic sphere, since it points to socio-cultural interactions. In the studied process, how common experiences in the daily lives of these migrants reveal the construction of an awareness of antagonisms, collaboration, rights and resistance and explorations and precariousness of their living conditions in an intended proletarianization process. Thus, we found that the works of state of emergency, without a period considered, are placed by the official discourse of infrastructure implementation, the modernization of the field and social assistance to retirees in times of drought, but they can also be seen as repertoires and learning from peasants to reproduce their ways of life.Na presente dissertação pretendemos discutir os processos migratórios e as experiências dos trabalhadores dos serviços de construção do Açude Araras, localizado no município de Varjota, situado na Zona Norte do Ceará, no médio curso do Rio Acaraú, distante 270 quilômetros de Fortaleza, capital do Estado. A barragem, constituída sob a tutela do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), foi inaugurada em 31 de julho de 1958. Transformada em serviços de emergência para os retirantes durante as secas de 1951-1953 e 1958, recorte temporal de nossa pesquisa, atraiu milhares de pessoas à procura de emprego. Ao confrontarmos fontes de diferentes naturezas, buscamos responder problemáticas, tais como: quem eram os sujeitos em questão? Que motivações consideraram para escolher as obras do Açude Araras como local destino? Como percebem tal experiência, reconstituem as dinâmicas espaciais e suas identidades? Como resistiram às imposições no conflito social vivenciado? A manutenção destes operários no abarracamento formado no canteiro da obra, que a princípio seria provisório, exerceu a possibilidade de fluxos, fixação e rotação de moradores. Posteriormente, como relata as fontes orais, este acampamento foi transferido para outra área no limiar da década de 1960, desenvolvendo-se e integrando uma cidade, Varjota. Deste modo, tais migrações se mostram como um fenômeno multifacetado, extrapolando a esfera econômica, visto que apontam para interações socioculturais. No processo estudado, as vivências comuns do cotidiano daqueles migrantes revelam construção de consciência de antagonismos, colaboração, direitos e resistências às explorações e precarizações de suas condições de vida em um processo de proletarização pretendido. Assim, constatamos que as obras de emergência do estado, no período considerado, são colocadas pelo discurso oficial como implementação de infraestrutura, modernização do campo e assistência social aos retirantes em momentos de seca, mas também, podem ser encaradas como repertórios e aprendizados dos camponeses para reprodução de seus modos de vida