Poetas do povo

Um trabalho, dessa natureza, merecia uma introdução mais substanciosa, mas o autor desta exposição não é de forma alguma um homem dado à pesquisa popular. É um homem que aprecia e dá seu integral apoio a esta manifestação literária, por achá-la, de certa forma, influente na formação de nossa cultura. Sua intenção, aqui, é a de apontar alguns tipos característicos de nossa lira popular, principalmente os de uma cidade do norte do Estado - Massapê - onde o autor viveu por alguns tempos e aí conheceu poetas e oradores, homens de talento e sensibilidade, e que não poderiam ficar no ostracismo, mergulhados na indiferença de seus próprios patrícios, poís seria uma injustiça não trazê-tos ao conhecimento do público - injustiça essa a que o autor destas linhas não se permitiria, não bastassem as lacunas e a pobreza de expressão que o trabalho em questão oferece. Iniciaremos o presente estudo pela análise do livro de Osvaldo de Aguiar - figura central de nossa cultura, dedicado às letras e às artes, à literatura popular e ao jornalismo, ao folclore e à própria história - um homem de muitas facetas, muitos aspectos, e que só enriquecem a história da literatura cearense. Os que se seguem - Francisco Cavalcanti Rocha, Francisco Lira Cavalcanti (Chico Lira) e Custódio Pontes - são três autores bem diferentes entre si, de personalidades marcantes e criadores de um tipo de poesia peculiar, principalmente os dois últimos, dados às composições fesceninas, ao contrário de Francisco Cavalcanti Rocha que era um artista, um esteta do verso, como Antônio Tomás ou Olavo Bilac