Estratégias e táticas nas visitações da inquisição portuguesa ao Brasil: o imaginário da teatralização da fé, primeiros regimentos e direito inquisitorial (1552 – 1620)

From the cultural history perspective and through the comparative method this paper proposes that during visitations by the hole court in Bahia, Pernanbuco, Paraiba and Itamaracá states between the end of the sixteenth and early seventeenth century. “The representatives of faith” developed several strategies of advertisements that supported themselves in several symbolics mechanisms of visual or oral character to highlight a certain drama that has been able to change the social coexistence in colonial territories that was investigated in order to establish a control on religious beliefs and the settlers` moral behavior and, this way, to enable the confrontation of “offenders” behaviors that threatened the expected homogenization of the christianity dreamt by all. In this context of strong religious feelings, the edicts, the monitorio, the preparation of deocesan and inquisitorial visits, the cerimonies, the processions, the sermans of faith, the encouragement to the complaint and confession, the symbolic contained during public presentations, the exhibition of the sabenitos that was processed at the churches, the retualistic procedural and all kind of rituals have been gradually formed into an advertising instrument that by its turn has motivated the speech of “ forgiveness” and “mercy” spreaded by those who represented themselves as “heroes of christianity” the only ones who could cut with their “justice sword” the evil of heterodoxies and apply it according to 1552 and 1613 regulations, the established standards and duties, by transforming this way, the moment of their arrival and remaining in this places in a perfomance of faith that was able to give logical sense to the implemantation and relevance to their “discretionary justice” responsible for directing the sociability of relationships that should be ruled according to the dominant discourse by the “combat armed of faith” and “courage” in order to guarantee “ life after death” and the transcendental “reconnect”Na perspectiva da História Cultural e através de estudo comparativo, esta dissertação propõe que durante as visitações executadas pelo Tribunal do Santo Ofício aos espaços da Bahia, Pernambuco, Paraíba e Itamaracá, entre o término do século XVI e início do XVII, os representantes da fé fomentaram diversas estratégias de propagandas que se apoiaram em diversos mecanismos simbólicos de caráter visual ou oral para pôr em destaque uma certa dramaturgia, que foi capaz de modificar o convívio social nos territórios coloniais os quais foram investigados para tentar se estabelecer nos mesmos uma vigilância sobre as crenças religiosas e as condutas morais dos colonos e, dessa maneira, possibilitar o enfrentamento dos comportamentos transgressores que ameaçavam à tão sonhada homogeneização da cristandade. Nesse contexto de forte sentimento religioso, os éditos, monitórios, a preparação das visitas diocesanas e inquisitoriais, as cerimônias, procissões, sermões da fé, o estímulo à denúncia e as confissões, a simbólica contida durante as apresentações públicas, a exposição dos sambenitos dos processados nas igrejas, a ritualística processual e toda a sorte de rituais se constituíram paulatinamente em instrumentos publicitários estimuladores do discurso do “perdão” e “misericórdia” disseminados pelos que se representavam como heróis da cristandade únicos que podiam cortar com o seu gládio da justiça, o mal das heterodoxias e aplicar, de acordo com os regimentos de 1552 e 1613, as normas e deveres estabelecidos, transformando desse modo, o momento de sua chegada e permanência nesses lugares numa espetacularização da fé, capaz de dar um sentido lógico para implementação e pertinência da sua justiça discricionária, responsável por direcionar as relações de sociabilidades que deviam ser pautadas, de acordo com os discursos dominantes, pelo combate armado de fé e coragem a fim de garantir a tão deseja vida após a morte e o religar transcendental