Sobre uma carta de Machado de Assis a José Feliciano de Castilho (1865)

Machado de Assis’ letters have been read in a new way since an edition published in 2008, which was coordinated by Sérgio Paulo Rouanet, and compiled by Irene Moutinho and Sílvia Eleutério. This article approaches Machado de Assis’ correspondence in the 1860’s, and analyses an open letter that the author wrote to José Feliciano de Castilho in 1865. In this letter, Machado analyses José Mendes Leal’s comedy Os primeiros amores de Bocage (1865). Thus, the text presents a testimony of criticism written in the epistolographic genre by the Brazilian author. It is possible to note that this letter goes beyond conventionalism, as it shows critical engagement. Furthermore, it allows us to observe a young Machado de Assis that writes the text in order to establish social relationships, as well as to relate to a certain literary tradition.As cartas de Machado de Assis ganharam nova forma de circulação, a partir de 2008, com a edição coordenada por Sérgio Paulo Rouanet e reunida por Irene Moutinho e Sílvia Eleutério. Este artigo volta-se para a correspondência machadiana da década de 1860 e analisa uma carta pública que Machado de Assis escreveu para José Feliciano de Castilho em 1865. Nela, Machado analisa a comédia de José Mendes Leal, Os primeiros amores de Bocage (1865). Assim, observamos um testemunho da crítica literária produzida pelo autor brasileiro no gênero epistolar. Nota-se que essa carta machadiana tem uma função que vai além do convencionalismo, demonstrando atuação crítica. Além disso, o jovem Machado de Assis articula o texto com a finalidade estabelecer relações de sociabilidade e filiação a determinada tradição literária