A fisioterapia na atenção básica : análise do atendimento fisioterápico à pacientes idosos com doenças osteomioarticulares

Orientador: Prof.ª Dr.ª Sandra Marisa PellosoDissertação (mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Estadual de Maringá, 2018RESUMO: Nas próximas décadas, a população mundial com mais de 60 anos irá passar de 841 milhões para 2 bilhões até 2050, de modo que as doenças crônicas e o bem-estar desta população tornam-se os novos desafios para a saúde pública. Um dos principais problemas associados ao envelhecimento da população é a manifestação de doenças osteomioarticulares, que representam a principal causa da incapacidade funcional entre os idosos, alterando a rotina das atividades diárias e repercutindo indiretamente nas limitações físicas, aumentando as demandas de cuidados, de serviços médicos e sociais. Entre elas, as que têm maior prevalência na população idosa são: osteoporose, artrose, espondilite crônica, artrite e reumatismo, apresentando números crescentes e se consolidando como uma preocupação para a saúde pública. O objetivo deste estudo foi analisar o atendimento fisioterápico prestado a pacientes idosos com doença osteomioarticular na atenção básica de saúde. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, que analisou o atendimento fisioterápico recebido pelos idosos portadores de doenças osteomioarticulares, com ênfase na atenção primaria em saúde. Os dados foram coletados por meio de questionário nas Unidades Básicas, com idosos que receberam atendimento fisioterápico. Participaram do estudo 122 idosos que apresentaram diagnósticos de doenças osteomioarticulares e que tiveram em algum momento recebido assistência especializada. Dos 122 idosos, 69 (56,6%) tinham entre 60 e 70 anos de idade e destes 91 (74,6%) eram mulheres, 80 indivíduos (65,6%) eram de etnia branca, 88 (72,1%) possuíam ensino fundamental completo, 84 (69,4%) eram casados. As patologias osteomioarticulares mais prevalentes diagnosticadas nestes idosos foram lombalgia com 32,8%, seguida de tendinite (13,1%), bursite, cervicalgia e artrose (10,7% cada) e mialgia (9,0%). Quando foi analisada a associação entre as características sócio demográficas e o critério de satisfação do indivíduo após o tratamento, observou-se que o grupo de idosos com mais de 71 anos, afrodescendentes, não casados, que não possuíam uma atividade profissional e não exerciam nenhuma atividade em seus lares apresentava maior chance de insatisfação quanto ao tratamento. Quando associamos o número de sessões do paciente com o grau de satisfação do tratamento, os idosos que atenderam a um número maior de sessões (20) tiveram uma chance estatisticamente maior de insatisfação. Os idosos cujas lesões não eram recorrentes possuíam uma menor chance de insatisfação ao tratamento. Pacientes com lesões crônicas mostraram uma chance maior de insatisfação ao tratamento quando comparados aos pacientes com lesões agudas. O estudo mostrou que os idosos atendidos pelo setor de fisioterapia apresentam lesões de coluna em sua maioria. Os resultados desta pesquisa auxiliarão na discussão a respeito do papel da fisioterapia na atenção primária, mostrando que o atendimento ambulatorial e individualizado é de extrema importância para a melhora do quadro clínico dos idososABSTRACT: In the coming decades, the world's population with more than 60 years will rise from 841 million to 2 billion by 2050, so that chronic diseases and the well-being of this population will become the new challenges for public health. One of the main problems associated with the aging of the population is the manifestation of ostheomyoarticular diseases, which represent the main cause of functional incapacitation among the elderly, altering the routine of daily activities and indirectly affecting physical limitations, increasing the demands of care, medical and social services. Among them, the ones with the highest prevalence in the elderly population are: osteoporosis, arthrosis, chronic spondylitis, arthritis and rheumatism, showing increasing numbers and consolidating as a concern for public health. The objective of this study was to analyze the physiotherapeutic care provided to elderly patients with ostheomyoarticular disease in basic health care. This is a cross-sectional, retrospective study that analyzed the physiotherapeutic care received by elderly patients with ostheomyoarticular diseases, with emphasis on primary health care. The data were collected through a questionnaire in the Basic Units, with elderly patients who received physiotherapical care. The study was attended by 122 elderly people who presented diagnoses of ostheomyoarticular diseases and who at some point received specialized assistance. Of the 122 elderly people, 69 (56.6%) were between 60 and 70 years of age and of these 91 (74.6%) were women, 80 individuals (65.6%) were white, 88 (72.1%) had completed elementary education, 84 (69.4%) were married. The most prevalent ostheomyoarticular pathologies diagnosed in these elderly patients were low back pain with 32.8%, followed by tendinitis (13.1%), bursitis, neck pain and arthrosis (10.7% each) and myalgia (9.0%). When we analyzed the association between the socio-demographic characteristics and the criterion of satisfaction of the individual after the treatment, we saw that the group of elderly people over 71 years of age, afrodescendants, unmarried, who did not have a professional activity and did not perform any activity in their home had a higher chance of dissatisfaction with the treatment. When we associated the number of patient sessions with the degree of treatment satisfaction, the elderly who attended a larger number of sessions (20) had a statistically higher chance of dissatisfaction. Elderly patients whose injuries were not recurrent had a lower chance of dissatisfaction with the treatment. Patients with chronic lesions showed a greater chance of treatment dissatisfaction when compared to patients with acute lesions. The study showed that the elderly who were treated by the physiotherapy sector had spinal injuries in the majority of the cases. The results of this research will help in the discussion about the role of physiotherapy in primary care, showing that ambulatory and individualized care is extremely important for the improvement of the clinical picture of the elderly54 f. : il