A efetividade do curso de reanimação neonatal na assistência ao recém-nascido em sala de parto

Os cuidados com a mãe e o recém-nascido, no momento do parto, estão em aprimoramento, por proporcionarem benefícios a ambos, a depender da assistência estabelecida pelos profissionais de saúde, e podem ter impacto em longo prazo na nutrição e na redução de morbidade e mortalidade neonatal. O estudo visa comparar as boas práticas, em sala de parto, antes e depois da capacitação dos profissionais de saúde, nas novas diretrizes do Programa de Reanimação Neonatal, 2016. Este estudo de intervenção do tipo antes e depois, foi realizado em uma maternidade do estado de Pernambuco localizada em município de médio porte. O desfecho primário foi avaliar as boas práticas assistenciais aos neonatos saudáveis como: contato pele a pele mãe-bebê, clampeamento tardio do cordão, e amamentação na primeira hora de vida, antes da intervenção e depois da intervenção (capacitação). Assim como investigar as boas práticas utilizadas na assistência aos neonatos que precisaram ser reanimados: ventilação com pressão positiva, massagem cardíaca e/ou uso de medicações, nos dois grupos. A coleta foi realizada nos meses de fevereiro a junho de 2017. As características maternas e neonatais dos grupos antes e após à intervenção foram semelhantes. Os resultados evidenciaram que, nos neonatos saudáveis nascidos de parto cesáreo, houve uma melhora do início da amamentação na primeira hora de vida quando comparados os grupos antes (67,37%) e após a intervenção (82,1%) com p < 0,01. Ao verificar o tempo em minutos até a primeira amamentação nos dois grupos, observou-se redução da mediana de 35 para 30 minutos com p< 0,01. Em relação, ao uso de ventilação com pressão positiva (VPP) e máscara, foi maior no grupo 2 do que no grupo 1, e de forma mais prevalente no parto cesáreo. A VPP associada a massagem cardíaca e VPP associada a massagem e uso de medicações, foram pouco necessários, em ambos os grupos, com discreto aumento desta prática nos partos cesáreos. Os profissionais participantes da pesquisa, do total de 25 questões acertaram 23 questões, em média, no pós-teste, comparando com 13 acertos, em média, no pré-teste, com p < 0,01. Estes achados sugerem que o curso de reanimação neonatal contribuiu com a melhora de algumas das boas práticas, como o aleitamento materno, que podem ser estabelecidas ao nascimento, e ocorreu aproveitamento cognitivo dos profissionais treinados. Porém, são necessários outros estudos para aprofundar o modo como o curso pode sensibilizar e atualizar os profissionais, que atuam na sala de parto, quanto às boas práticas e ao impacto na sobrevida neonatal.Mother and newborn care in the delivery room has been improved because of the benefits to both of them depending on the assistance of health professionals. In the long term it has also impact on nutrition and reduction of neonatal morbidity and mortality. The study aims to compare good practices – in the delivery room – before and after training health professionals acccording to the new guidelines of the Neonatal Resuscitation Program, 2016. It was conducted in a maternity hospital in the state of Pernambuco, in a midsize town. First, we analyzed the effects of good practices as mother-child skin-to-skin contact, late clamping of umbilical cord, and first hour breast-feeding, in healthy newborns, before (group 1) and after (group 2) professionals intervention (training). Next, the effects were analyzed in newborns who had to be resuscitated by using positive pressure ventilation, cardiac massage and or medical treatment. Data were collected from February to June 2017. Maternal and neonatal characteristics of before and after groups were similar. Results showed healthy neonates born by cesarean section presented improvement in the first hour breast-feeding when comparing group 1 (67,37%) and group 2 (82,1%) with p<0,01. When checking the interval in minutes till the first breast-feeding in both groups it was observed the median reduction from 35 to 30 minutes, p<0,01. In relation to the use of positive pressure ventilation (VPP) and mask was higher in group 2 than in group 1 and more prevalent in cesarean birth. VPP associated with massage and VPP associated with massage and medication use were not necessary in groups with a slight increase in this practice in cesarean deliveries. The professionals participating in the research answered 23 questions in the mean post-test comparing with 13 correct answers, on average in the pretest, with p < 0,01. These findings suggest neonatal resuscitation course contributes to the improvement of good practices which could be established during childbirth. There was cognitive use of trained professionals. However other studies are required to reinforce the way how the intervention could sensitize and update professionals who work in delivery room regarding to good practices and their effects on neonatal survival