Resistência secundária a antirretrovirais e perfil genotípico viral de pessoas vivendo com HIV/AIDS no estado de Pernambuco no período de 2010 a 2015

SILVEIRA, Vera Magalhães da, também é conhecido(a) em citações bibliográficas por: MAGALHÃES, VeraEstima-se que a epidemia pelo HIV atinja cerca de 36,7 milhões de pessoas no mundo (UNAIDS, 2017), das quais 54% não sabem que estão infectadas. O início precoce de antirretrovirais (ARV) em pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA) tem sido apontado como um fator determinante à melhoria da qualidade de vida, redução da mortalidade e preservação ou restauração do status imunológico de PVHA (LUNDGREN, 2015). Apesar dos avanços terapêuticos, um dos principais desafios da pandemia pelo HIV é a capacidade do vírus em gerar altas taxas de mutações e desenvolver resistência à terapia antirretroviral (TARV) (HIVDB, 2016). O presente estudo teve como principal objetivo avaliar a resistência secundária aos antirretrovirais em Pernambuco através da análise dos testes de genotipagem desenvolvidos no Laboratório Central de Saúde Pública do estado de Pernambuco (LACEN-PE) no período de 2010 a 2015. Foram analisadas 792 amostras, das quais 86,1% apresentaram pelo menos um tipo de mutação capaz de gerar resistência de acordo com a tabela IAS- 2017. Quanto à distribuição da frequência de mutações, os dados evidenciaram que houve maior percentual de mutações associadas à resistência aos Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos de Nucleosídeos. O estudo sugere ainda que a prevalência das mutações associadas à resistência aos antirretrovirais vem apresentando uma tendência de estabilização em relação aos estudos anteriores. O perfil genotípico viral nessa população denota a elevação do percentual de CRFs. Conhecer o processo evolutivo do HIV-1, assim como os mecanismos de resistência é parte essencial ao desenvolvimento de ações e estratégias que minimizem os efeitos danosos da falha virológica.It is estimated the HIV epidemic reaches about 36.7 million people around the world (UNAIDS, 2017), of whom 54% are unaware that they are infected. The early use of antiretroviral therapy (ART) in people living with HIV/AIDS (PLHIV) has been identified as a key factor in improving quality of life, reducing mortality and preserving the immune status of PLHIV (LUNDGREN, 2015). One of the major challenges of the HIV pandemic is the ability of the virus to generate high rates of mutations and develop resistance to ART (HIVDB, 2016). The main objective of this study was to evaluate ART resistance in Pernambuco based on the analysis of the genotyping tests developed at the Central Laboratory of Public Health from Pernambuco state over the period of 2010 to 2015. A total of 792 samples were analyzed, of which 86.1% had at least one type of mutation capable of generating resistance according to table IAS- 2017. The samples showed there was a higher percentage of mutations associated with resistance to Nucleoside Reverse Transcriptase Inhibitors. The study also suggests the prevalence of mutations associated with antiretroviral resistance has been stabilizing in relation to previous studies. The viral genotypic profile in this population denotes the increase in the percentage of CRFs. Knowing the evolutionary process of HIV-1 as well as the development of resistance is an essential part of the development of strategies that minimize the harmful effects of virological failure