Em nossa leitura do diálogo Fédon, partiremos da análise dos motivos que Sócrates apresenta para não temer a morte, os quais se baseiam no discurso acerca da natureza da alma, para analisar os indícios que a racionalidade, mais precisamente a phronesis, oferece acerca dos limites entre o domínio supra-sensível e o domínio da vida humana. Tal reflexo, ao mesmo tempo em que denuncia sua natureza e orienta o homem verso ao exercício de filosofar, dá indicações acerca das limitações do intelecto para dizer sobre esse domínio, distinto do domínio da sensibilidade. Verificaremos a colaboração da phronesis na elaboração do discurso sobre a imortalidade, o qual justifica o destemor da morte, e os vários sentidos em que podemos compreendê-la no diál...