Nas poesias do francês Charles Baudelaire a imagem marinha é recorrente, seja como duplo que reflete a subjetividade humana, espaço de fuga do árido cotidiano urbano, paralelo da amada ou ainda um espaço de incomparável beleza. Em um de seus manuscritos, o poeta afirma que o espetáculo do mar oferece uma ideia de infinito diminutivo, pois uma porção do líquido em movimento é suficiente para dar a mais elevada ideia de beleza que pode ser oferecida ao homem em sua habitação transitória. Assim, este trabalho pretende fazer uma análise crítica do pequeno poema em prosa O Porto, integrante do volume póstumo O Spleen de Paris, para examinar de que maneira o motivo marinho transfigura-se em um infinito diminutivo e, assim, promove sentimentos do ...