Murilo Rubião é visto como um caso raro na literatura brasileira: poucos autores produziram como ele uma ficção tão decididamente marcada por situações insólitas, eventos estranhos, cenas inusitadas. Não à toa, sua literatura é estudada a partir de discussões em torno do chamado fantástico contemporâneo (ou neofantástico, ou realismo fantástico, ou realismo mágico, ou realismo maravilhoso). Por agora, no entanto, a questão é outra: alguns engenhos em Rubião potencializam um horizonte de pensamento que promove reflexões sobre a noção de não-senso (não-significado). O não-senso é uma possibilidade, por assim dizer, transgenérica - ainda que por vezes possa ser decidido em melhores circunstâncias no que se convencionou chamar, genericamente, l...