O processo de gestação de uma universidade no Nordeste: o caso Sergipe

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico. Programa de Pós-Graduação em Administração.Esta pesquisa procurou analisar o desenvolvimento do ensino superior em Sergipe, iniciado no final da década de 1940, com a criação de cursos isolados e culminando com a implantação da Universidade Federal de Sergipe em 1968. Nela procurou-se resgatar as raízes da formação econômica e social de Sergipe, desde o início da colonização brasileira, e sua conexão com o desenvolvimento do sistema educacional onde, comparando com o quadro nacional, pretendeu-se apontar as razões do surgimento tardio do ensino superior. Caracteriza-se por ser um estudo de caso histórico-organizacional, com perspectiva diacrônica, tendo como unidade de análise principal a Universidade Federal de Sergipe. Os dados originaram-se de consultas a fontes primárias e secundárias, utilizando-se as técnicas de análise de conteúdo e de triangulação de dados. No desenvolvimento do estudo, o primeiro capítulo apresenta uma visão geral sobre o conteúdo do trabalho, objetivos e justificativa, e apresenta o problema de pesquisa que norteou a dissertação. O segundo capítulo trata dos pressupostos teóricos que serviram de base ao trabalho. São enfocados os temas da educação e hegemonia, a instituição escolar enquanto Aparelho Ideológico do Estado (AIE), educação e reprodução, a educação e a perspectiva de transformação social e, finalmente, com base nestes pressupostos, procurou-se levantar aspectos teóricos da evolução da educação no Brasil. No terceiro capítulo tem-se a metodologia utilizada, são apresentadas as perguntas de pesquisa, a caracterização do estudo, as definições constitutivas de termos e variáveis, as técnicas de coleta de dados e as limitações da pesquisa. No quarto capítulo chega-se ao enfoque principal desta dissertação. É ele dedicado ao caso sergipano, onde são apresentados e analisados os dados obtidos. Inicialmente procurou-se levantar aspectos da história sergipana, sua evolução e como a educação comportou-se nestes períodos, confrontando com o quadro nacional. A questão da política de desenvolvimento do Sergipe, sua estrutura eminentemente agrária, a questão cultural, as tentativas de criação de cursos de ensino superior na década de 1920, a perspectiva modernizadora com a revolução de 30 até a redemocratização de 1945, são sumariamente enfocadas. Finalmente, chega-se aos primeiros cursos superiores, a partir de 1948, procurando situar os fatores que determinaram criação destes cursos e de que forma eles estiveram comprometidos com a realidade social, política e econômica do Estado, culminando com as lutas para a criação da Universidade sergipana, iniciada no início da década de 60 com a criação do curso de Medicina e consolidada em 1968 com a sua implantação. O quinto e último capítulo trata das conclusões gerais a que se chegou com esta pesquisa