O educador de jovens e adultos e sua formação na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais

As discussões que motivaram esta pesquisa perpassaram a questão da formação inicial do educador da Educação de Jovens e Adultos. Partimos do pressuposto de que a formação específica para a EJA figura como um diferencial tanto na atuação desse educador, quanto na luta pelo direito dos excluídos à educação. Trabalhamos com a hipótese de que o cenário político da Educação de Jovens e Adultos pode influenciar os processos de formação e, consequentemente, a atuação dos educadores da EJA. Buscamos compreender e analisar a formação do educador do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, sob a perspectiva dos estudantes egressos que optaram pela Formação Complementar em EJA. A pesquisa teve como objetivo conhecer o perfil do educador de EJA egresso da FaE/UFMG, as motivações que os levaram a escolha da ênfase em EJA, os significados que atribuem a essa experiência, bem como, a relação da sua inserção profissional com a formação inicial. Fizemos um levantamento dos estudantes formados entre 2003 e 2013, aplicamos questionários, realizamos entrevistas e organizamos um Encontro/seminário com esses sujeitos. Dialogamos com teóricos do campo da educação e da formação de professores em geral: António Nóvoa, Maurice Tardif, Paulo Freire, Bernadete Gatti, Júlio Diniz-Pereira; e com pesquisadores da formação de professores para a EJA: Miguel Arroyo, Osmar Fávero, Maria Amélia Giovanetti, Maria Clara Di Pierro, Leôncio Soares, Maria Hermínia Laffin, Fernanda Silva, Rosa Porcaro. Encontramos razões diversas para a escolha da Formação Complementar em Educação de Jovens e Adultos como: a experiência anterior com os sujeitos da EJA, o interesse pela temática dos estudos da área e a influência de terceiros. Uma das maiores contribuições da Formação Complementar em EJA a que os estudantes fazem menção é acerca de conhecer melhor tanto o campo quanto os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos e como esta contribui para sua atuação profissional ainda que não seja com educandos jovens e adultos. Identificamos nos egressos aspectos que revelam indícios do perfil do educador de EJA como mostrar-se sensível diante das desigualdades sociais, praticar a alteridade em situações de opressão, sensibilizar-se com a história do outro (discente) e o desejo de contribuir para uma mudança social por meio da resistência e da persistência na profissão docente. Evidenciou-se que esta formação contribui para o desenvolvimento de uma sensibilidade para o trabalho com as especificidades da Educação de Jovens e Adultos na medida em que expõe seu histórico envolto pelas peculiaridades dos seus educandos. Desta forma, configurou-se como um diferencial no momento da inserção profissional dos egressos. Por fim, ressaltamos o protagonismo docente da EJA no âmbito da Faculdade de Educação da UFMG como um aspecto peculiar deste campo nesta IES.The discussions that motivated this research crossed the question of the initial formation of the Educator of Youth and Adult Education. We start from the assumption that the specific formation for the YAE appears as a differential both in the performance of this educator, and in the struggle for the right of the excluded to education. We work with the hypothesis that the political scenario of Youth and Adult Education can influence the formation processes and, consequently, the action of the YAE educators. We sought to understand and analyze the formation of the educator of the Pedagogy course of the Faculty of Education of the Federal University of Minas Gerais, from the perspective of the students who chose the Complementary Formation in YAE. The research had as objective to know the profile of the educator of EJA from the FaE/UFMG, the motivations that led them to choose the emphasis in YAE, the meanings they attribute to that experience, as well as the relation of their professional insertion with the formation Initial. We did a survey of students graduated between 2003 and 2013, applied questionnaires, conducted interviews and organized a meeting / seminar. We spoke with theorists of the field of education and teacher education in general: António Nóvoa, Maurice Tardif, Paulo Freire, Bernadete Gatti, Júlio Diniz-Pereira; And with teachers training researchers for the YAE: Miguel Arroyo, Osmar Fávero, Maria Amélia Giovanetti, Maria Clara Di Pierro, Leôncio Soares, Maria Hermínia Laffin, Fernanda Silva, Rosa Porcaro. We found different reasons for the choice of Complementary Formation in Youth and Adult Education such as: previous experience with the subjects of the YAE, the interest in the subject of the studies of the area and the influence of third parties. One of the greatest contributions of the Complementary Formation in YAE to which the students mention is about getting to know both the field and the subjects of Youth and Adult Education and how it contributes to their professional performance, even if it is not with young and adult learners. We also perceived that this formation was configured as a differential in the moment of the professional insertion of the graduates. After analyzing the data and interviews, we highlight that the EJA fields has a place established in the Faculty of Education of UFMG