Avaliação in vitro da viabilidade de linhagens radiossensível e resistente em cinéticas de taxa e dose de radiação com cobalto-60

O câncer de mama é uma doença de importância notável, sendo motivo de séria preocupação por parte das políticas de saúde pública. Estudos in vitro utilizando linhagens provenientes de tumores da mama têm se mostrado eficientes no que diz respeito à compreensão dos efeitos biológicos decorrentes das radiações ionizantes, especialmente os que ocorrem em escala celular. O presente estudo teve como objetivo avaliar e comparar o comportamento in vitro da linhagem de adenocarcinoma mamário MDA MB-231 que apresenta, geralmente, comportamento radiorresistente em tratamentos radioterápicos, e de células mononucleares do sangue periférico (PBMC), que compõem as linhagens envolvidas diretamente na resposta imunológica e são sensíveis à radiação. Essas linhagens foram submetidas a feixes de radiação de baixa LET (Linear Energy Transfer) de acordo com uma cinética de doses pré-determinadas (2, 4, 6, 8 e 10 Gy), com duas taxas de exposição distintas, sendo a última um quarto da primeira. As coletas pós-irradiação foram realizadas nos tempos pré-estabelecidos de 24, 48 e 72 horas. A viabilidade celular após a cinética de irradiação apresentada para as PBMC apontou uma diminuição da Densidade Óptica (DO) diretamente proporcional ao aumento das doses administradas. Já a viabilidade celular da linhagem MDA MB- 231 não apresentou uma diminuição acentuada em relação ao controle na menor dose administrada (2 Gy); apenas na dose mais extrema (10 Gy) houve uma diferença significativa entre controle e cultura irradiada. Entretanto, em todos os ensaios, mantendo constante a dose e assumindo duas taxas de dose, foi observado que, para a taxa de dose representativa de um quarto da padrão, as células irradiadas tiveram uma melhor recuperação entre 48 e 72 horas, indicando que o tempo de exposição à radiação influencia nas respostas celulares. Foi possível observar claramente a correlação entre a dose de radiação administrada e a viabilidade celular. As diferenças no tempo de recuperação celular frente a taxas de dose diferentes mostram a importância do planejamento terapêutico, uma vez que os efeitos da radiação tornam-se diferentes quando esta é aplicada variando-se o tempo e a distância.Breast cancer is a disease of great significance, being reason of a deep concern of the public health politics. In vitro studies using strains from breast tumors have shown to be efficient regarding the comprehension of biological effects due to the ionizing radiation, especially those that occur at a cellular level. This study aimed to evaluate and compare the behavior in vitro of the breast adenocarcinoma MDA MB-231, that usually shows a radioresistant behavior in radiotherapy treatments, and of the peripheral blood mononuclear cells (PBMC), that compose the lineages directly involved in the the immune response and are sensitive to radiation. These lineages were submitted to low LET (Linear Energy Transfer) radiation beams according to a kinetic of predetermined doses (2, 4, 6, 8 and 10 Gy), with two distinct exposion rates, the last one being a quarter of the first. The post irradiation collections were performed in predetermined times of 24, 48 and 72 hours. The cellular viability after the irradiation kinetics presented to the PBMC had shown the decrease of the Optic Density (OD) directly proportional to the increase of the administered doses. Although the cellular viability of the MDA MB-231 had not shown a marked decrease in relation to the control on the smallest administered dose (2 Gy), the extreme dose (10 Gy) had a significant difference between control and irradiated culture. However, in all assays maintaining constant the dose and employing two dose rates, it was observed that for the dose rate representing a quarter of the standard, the irradiated cells had a better recover between 48 and 72 hours, indicating that the time of exposure to radiation influences the cellular responses. It was clearly possible to observe the correlation between the dose of radiation administered and the cellular viability. The differences in the times of cellular recover against to the different dose rates show the importance of therapeutical planning once that radiation effects become different when it is applied varying time and distance