Pessimismo e afirmação da vontade de vida em Schopenhauer

A filosofia de Schopenhauer é quase sempre lembrada por seu pessimismo intrínseco e pelo ascetismo proposto como via para escapar ao sofrimento inerente à condição humana. A despeito disso, tencionamos em nossa dissertação explicar a ausência de um vínculo necessário entre essas duas idéias e mostrar uma via de afirmação da vida indicada pelo próprio filósofo. Entre as discussões que aqui apresentamos, relativas ao caráter efêmero e à vanidade da existência humana, ao impulso para a conservação da vida, à angústia e ao tédiodos quais padece o homem e ao desejo de se alcançar uma felicidade possível, entre outras correlatas, buscamos mostrar como o pessimismo metafísico exposto em O mundo como vontade e representação pode coexistir com uma espécie de otimismo prático, que seria fruto de uma sabedoria de vida capaz de nos afastar dos males da existência.Schopenhauer's philosophy is often remembered for its intrinsic pessimism and asceticism proposed as a way to escape the suffering inherent to the human condition. Despite this, we aim in our thesis to explain the absence of a necessary link between these two ideas and show a way of affirmation of life indicated by the philosopher himself. Among the discussions that we present here regarding the transitory character and vanity of the human existence, the impetus for the conservation of life and the desire to achieve a possiblehappiness, among others, we try to show how the metaphysical pessimism exhibited in The world as mil and representation can coexist with a kind of practical optimism, which would be the result of a wisdom of life capable of distancing us from the harms of existence