Atitudes e percepções de estudantes e professores de enfermagem frente ao suicídio de adolescentes

O suicídio configura-se como uma das principais causas de morte entre jovens e adolescentes em diversos países ao redor do mundo. Portanto, é necessário ampliar e aprofundar os estudos sobre o problema, procurando soluções e melhoria da assistência prestada à população adolescente. Desta maneira este estudo teve como objetivo conhecer as atitudes e percepções de estudantes e professores de enfermagem frente ao suicídio de adolescentes. O presente estudo foi realizado em duas etapas, a primeira por meio de abordagem quantitativa e a segunda com abordagem qualitativa. Na primeira etapa do estudo buscou-se conhecer as atitudes de estudantes e professores de enfermagem em relação ao comportamento suicida e avaliar se ocorrem mudanças nas atitudes dos alunos ao longo do curso. Para isso foi aplicado o Questionário de Atitude frente ao Comportamento Suicida (QUACS) validado por Botega (2005). Participaram da primeira etapa da pesquisa 92 alunos dos períodos iniciais e finais de um curso de graduação em enfermagem e 26 docentes. Os resultados demonstraram que a graduação em enfermagem não modificou as atitudes dos alunos frente ao suicídio. Além disso, foram encontrados baixos escores para capacidade profissional indicando que alunos e professores sentem-se inseguros para assistir o paciente em risco para suicídio. Foi identificado ainda que os alunos possuem postura mais moralista frente ao suicídio que os professores, o que pode influenciar a qualidade do cuidado ofertado. Na segunda etapa da pesquisa, objetivou-se buscar compreender a percepção dos docentes e discentes de um curso de graduação em enfermagem frente ao suicídio na adolescência. Para tanto foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 15 discentes dos períodos finais da graduação em enfermagem e 14 docentes enfermeiros. Para análise das entrevistas, optou-se pelo referencial teórico de Bardin. Os dados foram agrupados em três categorias de análise: 1- A construção social/cultural do suicídio na adolescência crenças, valores e percepções; 2- A adolescência na formação curricular do enfermeiro (desafios, fragilidades, ausências); 3- O suicídio na adolescência na formação curricular do enfermeiro (desafios, fragilidades, ausências). Os resultados demonstraram que professores e alunos fazem uma correlação entre a crise da adolescência e o suicídio. Além disso, foi identificada a ausência da abordagem da temática suicídio na adolescência no currículo da graduação em enfermagem e, em consequência, a insegurança profissional enfrentadas por alunos e professores para lidar com adolescente em risco para o suicídio. Conclui-se que o suicídio apesar de um problema de saúde pública, ainda é velado nos bancos da universidade, sendo necessária uma nova visão sobre a inclusão deste tema na formação do enfermeiro, de maneira a oferecer subsídios para as ações de cuidado e prevenção ao suicídio na adolescência.Suicide appears as a major cause of death among adolescents and young people in many countries around the world. Therefore, it is necessary to broaden and deepen the studies on the problem, seeking solutions and improving assistance to the adolescent population. Thus this study aimed to understand the attitudes and perceptions of students and teachers of nursing against teen suicide. This study was conducted in two stages, the first by quantitative approach and the second with a qualitative approach. In the first stage of the study aimed to investigate the attitudes of students and teachers of nursing in relation to suicidal behavior and assess whether changes occur in the attitudes of students throughout the course. For this we applied the Questionnaire Attitude to Suicidal Behavior (QUACS) validated by Botega (2005). Participated in the first phase of the study 92 students of the initial and final periods of an undergraduate degree in nursing and 26 teachers. The results showed that undergraduate nursing did not change the attitudes of students against suicide. Moreover, low scores for professional competence were found indicating that students and teachers feel insecure to attend the patient at risk for suicide. It was also identified that students have more moralistic stance against suicide than what teachers can influence the quality of care offered. In the second stage of the research aimed to seek to understand the perceptions of teachers and students of an undergraduate degree in nursing against suicide in adolescence. For both semistructured interviews with 15 students of final periods of undergraduate nursing and 14 nursing teachers were held. For analysis of the interviews we opted for the theoretical framework of Bardin. The data were grouped into three categories for analysis: 1 - The social / cultural construction of suicide in adolescence - beliefs, values and perceptions; 2 Adolescence in nursing education curriculum (challenges, weaknesses, absences) 3 - The teenage suicide in nursing education curriculum (challenges, weaknesses, absences). The results showed that teachers and students make a correlation between the crisis of adolescence and suicide. Furthermore, we identified the absence of the thematic approach teenage suicide in the curriculum of undergraduate nursing and consequently professional insecurity faced by students and teachers to deal with teen at risk for suicide. We conclude that suicide despite a public health problem, is still veiled in the banks of the university, a new view on the inclusion of this issue in nursing education in order to provide insight to the actions of prevention and care is needed suicide in adolescence