Vivendo e aprendendo a jogar: dimensões formativas de experiências participativas de ação coletiva e militância de jovens em uma ocupação urbana em Belo Horizonte

Pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, tendo como foco as experiências participativas e seus significados para um grupo de jovens militantes que atuava em uma ocupação urbana na cidade de Belo Horizonte, denominada Ocupação Dandara. Buscou-se analisar as dimensões formativas das experiências proporcionadas pela atuação dos jovens, seja na ocupação ou fora dela. No mesmo sentido, também foram analisadas as relações estabelecidas entre os jovens militantes, bem como entre eles e os coordenadores da ocupação. As principais ferramentas metodológicas utilizadas foram a observação participante e o desenvolvimento de entrevistas semiestruturadas. Os dados coletados foram analisados tendo como base autores do campo de estudos sobre movimentos sociais, educação e juventude. Os acontecimentos relacionados à participação dos jovens foram compreendidos a partir das categorias experiência e formação humana. A análise dos dados revelou, entre outros aspectos, que a militância na ocupação por meio da Frente de Juventude se constituía em um espaço socializador e com grande potencial formativo, em que se produziam valores e identidades, caracterizando-se por ser um rico processo de formação humana. Além disso, as vivências na ocupação representavam oportunidades de acesso à cidade, à cultura e ao contato com outros movimentos sociais. Nesse contexto, aponta-se também a ocorrência de tensões e conflitos inter e intrageracionais decorrentes do próprio processo participativo.Qualitative research, ethnographic, focusing on participatory experiences and their meaning for a group of young militants that operates in an urban occupation in the city of Belo Horizonte called Occupation Dandara. It sought to analyze the training dimensions of experiences offered by the performance of young people, whether in the occupation or outside. Similarly, it was also analyzed the relations between the young activists, as well as between them and the coordinators of the occupation. The main methodological tools used were participant observation and the development of semi-structured interviews. The collected data were analyzed taking as a field of study's authors based on social movements, education and youth. The share of young people experiences were understood from the categories human experience and training. Data analysis revealed, among other things, that the militancy in the occupation through the Youth Front was constituted in a socializing space and great training potential, where it produced values and identities are characterized for being a rich process of human development. In addition, provided experiences represented opportunities for access to the city, the culture and the contact with other social movements. In this context, it also points to the occurrence of tensions and inter and intra-generational conflicts arising from the participatory process itself