Fatores determinantes da dor de dente e o impacto na vida diária de indivíduos residentes em Betim-MG/2012

Exportado OPUSMade available in DSpace on 2019-08-11T19:59:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_aline_mendes_silva_de_pinho.pdf: 2542371 bytes, checksum: 5b65f86b9592d62603ca4ba689533144 (MD5) Previous issue date: 31O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência e o impacto da dor de dente e seus fatores determinantes, em adultos de 35 a 44 anos de idade residentes no sudeste do Brasil, município de Betim-MG. O primeiro e o segundo estudo consistiram em estudos transversais com objetivo de investigar a dor de dente e seu impacto na vida diária e na qualidade de vida. Um questionário foi aplicado em uma amostra de 744 indivíduos a avaliação da cárie dentária realizada através do índice CPO-d. A dor de dente relatada nos últimos 6 meses foi o desfecho estudado. No primeiro estudo as variáveis referentes à dor de dente foram agrupadas em três dimensões: acesso aos serviços de saúde bucal, gravidade da dor de dente e limitação social/funcional. Observou-se que 68% apresentaram baixo acesso, 39,7% alta gravidade e 47,3% alto impacto da dor de dente na vida diária. Dos impactos investigados o nervosismo (87,2%) e a dificuldade para mastigar (72,6%) foram os mais freqüentes. Através da análise por correspondência foram identificados quatro grupos com perfis distintos para dor de dente e seus fatores associados. Dois grupos apresentaram maiores efeitos da dor de dente na vida diária. Um composto por indivíduos que tiveram um menor acesso aos serviços de saúde bucal (mulheres, pardas, casadas, 1º grau, baixa renda familiar). Outro composto por indivíduos que apresentaram alta gravidade e alto impacto na limitação social/ funcional (40 a 44 anos de idade, casados ou viúvos, negros ou pardos, 1º grau). Os outros dois grupos foram os que apresentaram menores efeitos da dor de dente na vida diária. Um composto por indivíduos que apresentaram maior acesso aos serviços de saúde bucal (homens, separados, curso superior, renda acima de R$ 300,00). Outro composto por indivíduos que apresentaram baixa gravidade e baixa limitação social/funcional (35 a 39 anos, brancos, solteiros, 2º grau). No segundo estudo A qualidade de vida foi investigada pelo WHOQOL-bref nos seus domínios físico, social, psicológico e ambiente. Outras variáveis independentes foram as sociodemográficas, medidas de autocuidado e estilo de vida, práticas de higiene bucal, consumo de alimentos doces e referentes ao uso de serviços odontológicos. A associação entre as variáveis independentes e a presença de dor de dente foi investigada por meio de regressão logística. A prevalência de dor de dente foi de 24,6%. A chance de dor de dente foi maior entre os indivíduos com qualidade de vida ruim nos domínios físico (OR=1,73; 1,06-2,81), psicológico (OR=1,72; 1,08-2,77) e ambiental (OR=1,65;1,04-2,62). Foram ainda associadas à maior chance de dor de dente uma menor renda per capita (OR=1,79;1,15-2,80) e presença de cárie dentária (OR=1,74;1,13-2,71). Quem consultou ao dentista no último ano apresentou menos chance de dor de dente (OR=0,46; 0,29-0,72). Os resultados do estudo apontam a cárie, a renda e os domínios físico, psicológico e ambiental como fatores importantes na dor de dente e seu conseqüente impacto na qualidade de vida e devem ser considerados ao se estabelecer estratégias e políticas voltadas para a saúde bucal na população adulta brasileira. O terceiro estudo consistiu num caso-controle aninhado a um estudo transversal em que a dor de dente e seus fatores determinantes foram investigados. Uma sub-amostra de 492 indivíduos, 164 casos e 328 controles, pareados na razão de 2:1 por sexo, idade e vizinhança foi selecionada. Foi realizada uma análise bivariada através do teste qui-quadado. A análise multivariada por regressão logística condicional foi utilizada para avaliar o efeito das variáveis independentes sobre a dor dente. Vários fatores determinantes foram associados à ocorrência de dor de dente. Adultos que procuraram o dentista (OR=6,80; IC95%=4,05-11,40), que viviam sem companheiros (OR=1,92 IC95%=1,163,12) e apresentaram pelo menos um dente cariado (OR=1,75; IC 95%=1,122,77) tiveram mais chance de sentir dor de dente. Indivíduos com renda familiar per capita 3 times per day (OR; 2.14 (95% CI; 1.07-4.28) and who had at least one tooth with caries (OR=1.55; 95% CI=1.022.37) presented with a greater chance of feeling dental pain. The final model showed that dental assistance, sugar intake > 3 times per day and dental caries are important factors related to the experience of dental pain