Impacto da cárie dentária na qualidade de vida de crianças pré-escolares e de suas famílias

Exportado OPUSMade available in DSpace on 2019-08-11T17:59:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_joana.pdf: 2047605 bytes, checksum: 64a1eb28fbc1cc042d71883435ca39d7 (MD5) Previous issue date: 25As consequências da cárie dentária na vida das crianças incluem dor, diminuição do apetite, dificuldades de mastigação, perda de peso, dificuldades para dormir, mudanças de comportamento e baixo rendimento escolar. O objetivo deste estudo transversal de base populacional foi avaliar o impacto de diferentes estágios de progressão, de atividade de cárie dentária e da distribuição das lesões na cavidade bucal na qualidade de vida de crianças pré-escolares e seus pais/cuidadores na cidade de Diamantina, Minas Gerais. Uma amostra aleatória de 451 crianças de 3 a 5 anos de idade foi submetida a um exame clínico para avaliar a cárie dentária usando um sistema internacional de avaliação e detecção de cárie - International Caries Detection and Assessment System (ICDAS). Os pais das crianças foram convidados a responder dois questionários: um sobre qualidade de vida relacionada à saúde bucal - Oral Health Related Quality of Life (OHRQoL) das crianças utilizando o Early Childhood Oral Health Impact Scale (ECOHIS) e outro sobre as características e condições sociodemográficas e econômicas das crianças e suas famílias. Análise descritiva, qui-quadrado, Mann-Whitney e modelos de regressão de Poisson hierarquicamente ajustados foram utilizados. A prevalência de cárie precoce na infância foi de 51,2%. Dessas, a maioria das crianças (60,6%) apresentou lesões severas. Houve uma diferença significativa entre o estágio de progressão da cárie e OHRQoL, em termos de impacto na criança e na família. Estágios de progressão mais avançados de cárie dentária, como lesões com dentina visível, cavidade extensa e resto radicular foram associados ao impacto negativo na qualidade de vida. Esse resultado foi observado tanto em dentes anteriores quanto posteriores. Essa associação também foi verificada em relação à idade e à escolaridade da mãe. Concluiu-se que lesões de cárie em estágios mais avançados de progressão foram associados a uma pior qualidade de vida em crianças pré-escolares e seus pais/cuidadores, independetemente de sua distribuição na cavidade bucal.The consequences of tooth decay in children include pain, diminished appetite, difficulty chewing, weight loss, difficulty sleeping, behavioral changes and poor scholastic performance. The aim of the present population-based cross-sectional study was to assess the impact of different stages of caries progression, caries activity and distribution in the oral cavity on the quality of life of preschool children and their parents/caregivers in the city of Diamantina, state of Minas Gerais, Brazil. A total of 451 randomly selected children aged three to five years were submitted to a clinical exam for the assessment of dental caries using the International Caries Detection and Assessment System. Two questionnaires were administered to parents/caregivers: one on the oral health-related quality of life (OHRQoL) of the children (Early Childhood Oral Health Impact Scale) and one on socio-demographic and economic characteristics of the children and families. Data analysis involved descriptive statistics, the chi-square test, Mann-Whitney test and hierarchically adjusted Poisson regression models. The prevalence of early childhood caries was 51.2%. The majority of children with tooth decay (60.6%) had severe carious lesions. A significant association was found between caries progression stage and the OHRQoL of both the child and family. More advanced stages of progression (distinct cavity with visible dentin, extensive cavity and root remnant) in anterior and/or posterior teeth exerted a negative impact on quality of life. Moreover, the negative impact on quality of life was associated with the age of the child and mothers schooling. In conclusion, dental caries in more advanced stages of progression were associated with a poorer quality of life among preschoolers and their families, regardless of the distribution in the oral cavity