Avaliação da função endotelial e da perfusão uterina em gestantes com fatores de risco para pré-eclâmpsia

Exportado OPUSMade available in DSpace on 2019-08-11T05:24:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_apos_correcao_30.11.pdf: 1217241 bytes, checksum: d5bf5938d0cf3f23152f7eab77eb84f4 (MD5) Previous issue date: 23Introdução: a pré-eclâmpsia (PE) é uma doença específica da gravidez, associada a alto índice de mortalidade perinatal. No intuito de se predizer o aparecimento dessa síndrome, testes clínicos que avaliam fenômenos precoces da fisiopatologia da PE seriam de grande valor para a conduta frente a gestantes consideradas de alto risco para o desenvolvimento dessa doença. O uso da dopplerfluxometria de artérias uterinas (IP-AUt) para avaliação da adequada perfusão trofoblástica, associada ao teste de dilatação fluxo-mediada (FMD) da artéria braquial, para análise da função endotelial, poderia representar interessante associação de testes biofísicos para a predição da PE. Objetivos: investigar, em pacientes com alto risco de desenvolvimento de PE, o comportamento da perfusão placentária e da função endotelial em dois momentos distintos da gestação entre um grupo de pacientes que efetivamente desenvolveu PE e outro de pacientes que se mantiveram normotensas. Pretende-se, também, avaliar a capacidade preditiva dos dois métodos para a predição da PE, em suas formas precoce (aparecimento antes de 34 semanas de gestação) e tardia (aparecimento depois de 34 semanas de gestação). Pacientes e métodos: recrutou-se, do serviço de Pré-Natal de Alto Risco da nossa instituição, o total de 118 pacientes classificadas como de alto risco de desenvolvimento de PE, sendo 91 consideradas para a análise final. Os resultados do IP-AUt e do teste FMD foram obtidos entre 16+0 e 19+6 e 24+0 e 27+6 semanas de gestação. Resultados: entre 16+0 e 19+6 e 24+0 e 27+6 elevado valor de IP-AUt foi encontrado entre pacientes com subsequente desenvolvimento de PE. Em relação aos resultados da FMD, não se verificou diferença entre os dois grupos estudados entre 16+0 e 19+6. Todavia, pacientes com desenvolvimento de PE apresentaram baixos valores - entre 24+0 e 27+6. O uso do IP-AUt em qualquer um dos períodos estudados se mostrou acurado na predição de PE, particularmente em sua forma precoce. O uso da FMD entre 24+0 e 27+6 encontrou bons valores de predição para PE, semelhantes entre as formas clínicas de apresentação da síndrome. A associação entre os dois testes mostrou-se superior ao uso isolado de qualquer um para a predição de PE, nas formas precoce e tardia. Conclusões: o comprometimento da perfusão placentária é evento precoce na fisiopatologia da PE, podendo ser identificado ainda na primeira metade da gestação, anteriormente ao comprometimento da função endotelial. A associação entre o IP-AUt e a FMD representa uma interessante estratégia de predição de PE, com importantes repercussões clínicas.Introduction: Pre-eclampsia (PE) is a specific disease of human pregnancy, associated with high rate of perinatal mortality. In order to predict the onset of this syndrome, clinical tests which evaluate early phenomena of PEs pathophysiology might be of great value in the care of pregnant women considered at high risk for the developming PE. The use of Uterine artery Dopplerfluxometry (UtA-PI), for the assessment of trophoblastic perfusion, associated with Flow-mediated Dilation (FMD) of brachial artery, in order to evaluate endothelial function, could represent an interesting association of biophysical tests to predict PE. Objectives: to assess, in patients with high risk for PE development, the behavior of placental perfusion and endothelial function in two distinct periods of pregnancy, in a group of patients who actually developed PE and in a group of patients who remained normotensive. Also, it is intended to evaluate the predictive capacity of these methods for the prediction of PE, in its early form (appearance before 34 weeks of gestation) and late form (appearance after 34 weeks of gestation). Patients and methods: From high risk prenatal service of our institution, a total of 118 patients classified as high risk for PE development were recruited, being 91 considered for final analysis. The results of the UtA-PI and FMD test were obtained between 16 and 19+0 +6 and 24+0 and+6 27 weeks of gestation. Results: Between 16+0 to 19+6 weeks and 24+0 to 27+6 weeks, a higher value of the UtA-PI was found among patients with subsequent development of PE. In relation to the results of FMD, there was no difference between the two studied groups between 16+0 to 19+6, however, patients with PE development showed lower values between 24+0 and 27+6. The use of UtA-PI in any of the studied periods proved good accuracy rates in predicting PE, particularly in its early form. The use of FMD between 24+0 and 27+6 also showed good values of PE prediction, similar between clinical forms of presentation. The association between the two tests proved to be superior if compared to the isolated use of anyone to the prediction tests, in early and late forms. Conclusions: Poor placentation is an early event in the pathophysiology of PE, and can be identified in the first half of pregnancy, before the impairment of endothelial function. The association between the UtA-PI and FMD represents an interesting prediction strategy, with important clinical repercussions