A construção da identidade masculina em adolescentes com trajetória de vida nas ruas de Belo Horizonte/MG

Exportado OPUSMade available in DSpace on 2019-08-10T22:13:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 disserta__o.pdf: 929064 bytes, checksum: 93a190670d7584df7b1a8515ae15a174 (MD5) Previous issue date: 17Discute-se a construção da identidade masculina em adolescentes com trajetória de vida nas ruas da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, a partir da perspectiva das relações de gênero. A estratégia metodológica escolhida foi o estudo de caso e o procedimento adotado foram entrevistas semi-estruturadas com três adolescentes do sexo masculino, com trajetória de vida nas ruas. O material obtido foi submetido à análise do discurso, para a qual foram construídas quatro categorias analíticas: trajetória de vida nas ruas, identidade, identidade masculina e adolescência. A partir da análise verificou-se a existência de vários modelos para a construção da masculinidade no universo dos entrevistados, entre os quais, figuram a família, os policiais, os grupos de pares e os educadores sociais. Surgiu também, entre os adolescentes, a necessidade da construção de um domínio de abjeções, que seria constituído pelas possibilidades identificatórias proibidas ou negadas a saber: travestis, criminosos, padrastos violentos e os próprios meninos de rua. Constatou-se que o processo de construção da identidade masculina se deu na oscilação entre os modelos disponíveis e o domínio das abjeções, o que pode ser entendido como dilema característico da adolescência: o conflito entre ruptura e permanência.This work is a discussion about the construction of masculine identity in street adolescents of Belo Horizonte, Minas Gerais, from the standpoint of gender relations. The methodological strategy used was the case study and the procedure was the semistructured interview with three male street adolescents. The obtained material was submitted to discourse analysis, based on four categories: life trajectory in streets, identity, masculine identity and adolescence. Many models of masculinity were detected in the universe of the interviewed adolescents: family, policemen, groups of street adolescents, and social workers. Among these adolescents, there was a need for constructing a domain of abjection, built with the forbidden or denied possibilities of identity: transvestites, criminals, violent stepfathers and street children themselves. The findings indicate that the construction process of masculine identity was an oscillation between available models and the domain of abjection. This outcome can be interpreted as a typical quandary of adolescence: the conflict between rupture and permanence