Avaliações da audiçaõ periférica e central em pré-escolares com toxoplasmose congênita diagnosticada e tratada no primeiro ano de vida

Exportado OPUSMade available in DSpace on 2019-08-10T15:52:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 disserta__o_final.pdf: 1119400 bytes, checksum: 446ecaef4ee32cedbc2ab5a2512823a5 (MD5) Previous issue date: 15Introdução: O diagnóstico do déficit auditivo deve ser precoce para possibilitar a reabilitação e o adequado desenvolvimento da criança. A toxoplasmose congênita é fator de risco para déficit auditivo. A elevada prevalência dessa infecção no Brasil e a escassez de informações sobre avaliação auditiva nessa população motivou o estudo. Objetivos: Avaliar a integridade da via auditiva eferente em crianças com toxoplasmose congênita, diagnosticadas e tratadas no primeiro ano de vida, analisando os achados timpanométricos, reflexos acústicos e supressão das emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT). Comparar o comportamento das EOAT entre dois grupos de crianças: com toxoplasmose congênita e sem indicadores de risco para perda auditiva. Métodos: Trata-se de estudo descritivo transversal, realizado no Ambulatório de Audiologia do Hospital das Clínicas da UFMG. A população em estudo foi constituída por 150 crianças com toxoplasmose congênita, na faixa etária de 3-6 anos, pertencentes a uma coorte diagnosticada pelo Programa Estadual de Triagem Neonatal de Minas Gerais entre novembro de 2006 e maio de 2007. As crianças realizaram exames de timpanometria, pesquisa do reflexo acústico, EOAT e supressão de EOAT. Dentre as crianças da coorte, 23 foram selecionadas aleatoriamente e suas respostas da via auditiva eferente foram comparadas com 23 crianças sem fatores de risco para perda auditiva. Os dois grupos, com 46 orelhas cada um, realizaram avaliações de EOAT e supressão de EOAT. Para análise estatística foi utilizado o software SPSS versão 17.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG. Resultados: No total da amostra observou-se predomínio do gênero masculino (59,3%), presença de curva do tipo A (91,7%) e reflexo acústico (60-75%). Entretanto, o reflexo acústico esteve ausente em 25-40% dos casos independente da frequência testada. Em relação à supressão, verificou-se igual proporção para a orelha direita e esquerda (77,5% de presença e 22,5% de ausência). Não houve discordância significativa (p=0,87) entre as respostas relativas à supressão entre as orelhas (66,7% de concordância). Também não houve discordância significativa entre a presença do reflexo acústico e a supressão de EOAT, para as frequências testadas na orelha direita e para as frequências 0,5; 1,0 e 2,0 KHz na orelha esquerda. Na comparação entre os grupos com toxoplasmose congênita e sem fator de risco para perda auditiva, não se observou influência da lateralidade na amplitude dos sinais (p>0,05). O grupo com toxoplasmose congênita apresentou diferença da amplitude entre as condições de ausência e presença de ruído branco significativamente maior que o grupo sem fator de risco (p=0,021). A supressão esteve presente em cerca de 80% das crianças, em ambos os grupos e, quando presente, a magnitude do sinal foi significativamente maior (p=0,009) no grupo sem fator de risco. Conclusão: No presente estudo, observou-se que crianças com toxoplasmose congênita na faixa etária entre 3-6 anos, diagnosticadas e tratadas no primeiro ano de vida não apresentaram alterações na via auditiva eferente. Houve predomínio da curva tipo A e presença de reflexo acústico na avaliação da imitância acústica. Na comparação das respostas de supressão de EOAT e reflexo acústico, não houve discordância significativa para a maioria das respostas analisadas. Entretanto, as ausências de reflexo acústico, principalmente na frequência de 4 KHz, e supressão de EOAT, ainda que em menor proporção, podem estar associados com distúrbio de processamento auditivo (DPA). Assim, são necessários novos estudos para avaliar a relação entre a toxoplasmose congênita e o DPA.Introduction: Audiology deficits should be early diagnosed to enable rehabilitation and adequate child development. Congenital toxoplasmosis is a risk indicator for hearing loss. In Brazil, the elevated prevalence of this infection and lack of information regarding audiological assessment of this population motivated this study. Aims: Evaluate the efferent auditory pathway in children with congenital toxoplasmosis early diagnosed and treated in the first year of life, through the analysis of tympanometric results, acoustic reflexes and transient otoacoustic emission suppression, compared to children without risk indicators for hearing loss. Methods: Cross-sectional descriptive study, that took place in the Audiological service of an university hospital. Study population were 150 children with congenital toxoplasmosis, with ages between 3 and 6 years old, from a group diagnosed by the Minas Gerais State Neonatal screening program between november 2006 and may 2007. Participants were evaluated with tympanometry, acoustic reflex, transient evoked otoacoustic emissions (TEOAE) and TEOAE suppression. From the children in the study, 23 were randomly selected and their efferent auditory responses were compared with 23 children without risk indicators for hearing loss. Both groups, comprising 46 ears each, had records of TEOAE and suppression of TEOAE. Statistical analysis was performed with SPSS software, version 17.0. Research was approved by the ethics committee of the institution (UFMG). Results: From the sample analysis it was observed a major incidence of male gender (59,3%), type A tympanometry (91,7%) and presence of acoustic reflexes (60-75%). However, acoustic reflex was absent in 25-40% of cases, independently of tested frequency. Regarding suppression, it was observed equal proportion for right and left ears (77,5% presence and 22,5% absent). There was not discordance (p=0,87) between the answers relative to suppression among the ears (66,7% accordance). Also, there was no discordance between acoustic reflex presence and TEOAE suppression for tested frequencies in the right ear and for the frequencies 0,5; 1,0 e 2,0 KHz in the left ear. Comparison between the groups did not reveal laterality influence in signal amplitude (p>0,05). Congenital toxoplasmosis group had elevated amplitude difference between absence conditions e presence of white noise comparing to the group without risk indicator (p=0,021). Suppression was present in 80% of children, in both groups and when present, signal magnitude was significantly bigger (p=0,009) in the group without risk indicator. Conclusion: In the present study, was possible to observe that children with congenital toxoplasmosis early diagnosed and treated with ages between 3 and 6 years old did not present efferent auditory pathway problems. Type A tympanometric curve and presences of acoustic reflexes were predominant. In the comparison of suppression results and acoustic reflex there was no discordance for most analyzed responses. However absence of acoustic reflex in 4000Hz and absence of TEOAE suppression should be considered even in a lesser proportion. Such findings often relate to auditory processing disorders (APD). New studies are necessary to evaluate the relation between congenital toxoplasmosis and APD