Editorial

O número 4 da revista Paulus é um convite à reflexão sobre a Comunicação, política e religião: as relações sociais na contemporaneidade.Em seu dossiê, Fake news, política e opinião pública, Milton Meira do Nascimento apresenta o fenômeno das fake news e suas relações com a concepção mais frequente de política e de ação política, apontando seu impacto na opinião pública e o papel desta na construção do espaço público e também no avanço do debate sobre a construção da democracia.Esta quarta edição compõe-se ainda de seis artigos que tocam em questões distintas da Comunicação, da Política e da Religião. O primeiro deles, de James Lull e Eduardo Neiva, Para uma nova concepção evolutiva da comunicação culturalÇÃ, questiona se a cultura fornece o espaço necessário para negociação e mudança social, e habilidades avançadas de comunicação. Para Lull, a cultura deve ser reconhecida nos processos comunicacionais, sejam eles analógicos ou tecnológicos. A capacidade comunicacionalhumana é o que nos aproxima como seres humanos.O artigo de Ronivaldo Moreira de Souza e Jorge Miklos, Por uma crítica da religião desencantada: midiatização do sagrado na sociedade de consumo, apresenta uma reflexão crítica sobre as transformações religiosas na interseção entre religião e sociedade de consumo, indicando as principais transformações geradas por esta imbricada relação entre religião, comunicação e consumo.Moisés Sbardelotto, em Da religião à reconexão: novos modos de ser e fazer religiosos em tempos de midiatização digital, apresenta uma reflexão aprofundada sobre os processos de comunicação contemporâneos e as religiões e religiosidades, nos quais a internet e as plataformas sociodigitais vão-se constituindo como ambiente midiático de prática religiosa e de inter-relação entre fiéis e comunidades religiosas.Jorge Cardoso Filho e Caio Barbosa Nascimento, em Efeitos de presença na retórica publicitária da Igreja Católica: um estudo da propaganda da JMJ Rio 2013, apresentam um estudo sobre o modo como a retórica publicitária da Igreja Católica, articulada através de propaganda audiovisual da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, é capaz de produzir, na interação com um público específico.EditorialAna Claudia Pompeu Torezan Andreucci, em Educação, comunicação e diálogo: a vocação do Estatuto da Primeira Infância para o protagonismo cidadão de crianças brasileiras, faz um estudo sobre o Estatuto da Primeira Infância Brasileiro a partir dos pilares da Educação Libertadora, o Direito à Comunicação e ao diálogo como garantidores do protagonismo e da participação de crianças brasileiras, aprofundando as leis e regras que protegem e elevam a criação à categoria cidadã.Por fim, o artigo de Michelle Prazeres, Jornalismo lento Mapeando tensões entre velocidade e comunicação em ambientes digitais, traz uma reflexão sobre esta modalidade prática de jornalismo, o jornalismo lento, e propõe a desaceleração da produção, da oferta e da recepção do produto jornalístico, articulando com as tensões entre velocidade e comunicação no ambiente digital.Frei Betto, na entrevista A democracia está em risco, discorre sobre temas da situação política e econômica do Brasil e no âmbito mundial. Trata da fragilidade da democracia e da emergente necessidade de se ter uma base popular mais ativa, organizada e mobilizada que mostre sua força democrática e que traga de volta a esperança por dias melhores.Duas obras de importância acadêmica para área das ciências da comunicação foram resenhadas: Redes e ecologias comunicativas indígenas: as contribuições dos povos originários à Teoria da comunicação, de Massimo di Felice e Eliete S. Pereira (orgs.), e a obra Interações digitais e o consumo do livro de Alessandra de Castro Barros Marassi.Por fim, a revista traz a resenha da tese Configuração política e relações de poder no trabalho infantil doméstico: tensões nos discursos dos media e de trabalhadoras, de Tiago Casado.Desejamos a todos excelente leitura