Neste texto, tal qual numa engenharia reversa, busco recompor o desenho do mecanismo fílmico de Godard, em Passion (1982), a partir de três eixos que o constitui — (1) a pintura, (2) o tempo e (3) o político —, no intuito de demonstrar em que medida a maneira como a junção de temas de naturezas distintas faz do filme um acontecimento não só estético mas também político.As in a reverse engineering, I try to reconstruct the design of the mechanism of Jean-Luc Godard’s Passion (1982). The analysis proceeds by decomposing the main axes of the film: time, painting, and politics. I aim here to demonstrate how different themes, when combined, can make the movie both an aesthetic and a political happening