O SUJEITO INCESTUOSO E O TEMPO PÓS-MODERNO

O trabalho apresenta o recorte teórico de uma pesquisa realizada junto a sujeitos acusados de violentarem sexualmente suas filhas e enteadas. A violência sexual infantil vem sendo cada vez mais denunciada e, no universo dessa configuração, o incesto toma evidência. O encarceramento dos sujeitos incestuosos não constitui intervenção que abarque a complexidade do problema, sendo fundamental que se explorem as estratégias vinculativas e o contexto sócio-histórico-cultural em que essas relações acontecem na pós-modernidade. Submersos na ordem do gozo imperativo, os limites e os interditos se enfraquecem e desfalecem junto às organizações afetivas ensaiadas, denotando a frágil montagem do pacto denegativo. Os sujeitos incestuosos revelam-se como porta-vozes dessa que é apontada como uma inclinação pós-moderna, a volatilidade dos vínculos intersubjetivos