A participação de mulheres nos círculos gnósticos cristãos nos séculos II e III

O presente trabalho tem por objetivo refletir acerca da participação das mulheres nos movimentos gnósticos cristãos nos séculos II e III. Para tanto tomamos como fontes os relatos dos heresiólogos Irineu de Lião e Tertuliano, os quais em suas obras apresentam uma grande preocupação com relação à participação de mulheres nos círculos gnósticos. Em contraponto à essas visões, utilizaremos os textos gnósticos descobertos em Nag Hammadi no ano de 1945. Estes escritos nos apresentam várias imagens femininas. Estas aparecem desde o ato da criação, ou aparecem como símbolos de sabedoria em oposição à visão ortodoxa que pensava Deus apenas em termos masculinos. Para refletirmos sobre a participação das mulheres nos círculos gnósticos recorreremos às elaborações de Ginzburg (1989; 2005) sobre o paradigma indiciário e circularidade cultural e de Chartier (1992, 2001) sobre a história da leitura. Também buscamos os estudos de Foucault (1984; 1985; 2006) e Brown (1988) sobre os diversos discursos do corpo na Antiguidade Cristã. Ao analisarmos os discursos de Irineu de Lião e Tertuliano, fomos percebendo que muitas mulheres que circulavam na Igreja e nos círculos gnósticos entravam em contato com diversos textos religiosos e práticas ritualísticas. Por outro lado, percebemos que a participação das mulheres nesses movimentos não implicava em uma relação de igualdade, mas sim, de absorção do elemento feminino numa perspectiva de redenção.Este trabajo tiene como objetivo reflexionar sobre la participación de las mujeres en los movimientos gnósticos cristianos de los siglos II y III. Por tanto tomamos como fuentes los relatos de los heresiólogos Ireneo de Lyon y Tertuliano, los cuales en sus obras muestran una grande preocupación relativa a participación de las mujeres en los círculos gnósticos. En contraste con estos puntos de vista, utilizaremos los textos gnósticos descobiertos en Nag Hammadi en 1945. Estos escritos nos presentan varias imágenes femeninas. Estas aparecen desde el acto de la criación, o aparecen como símbolos de sabiduría, en oposición a la visión ortodoxa que pensaba Dios solo en términos masculinos. Para reflejar sobre la participación de las mujeres en los circulos gnosticos vamos recurriremos a las elaboraciones de Ginzburg (1989; 2005) sobre el paradigma indiciário y circularidad cultural y de Chartier (1992, 2001) sobre la historia de la lectura. También buscamos en los estúdios de Foucault (1984, 1085, 2006) y Brown (1988) sobre los diversos discursos del cuerpo en la Antigüedad Cristiana. Al analicemos los discursos de Ireneo de Lyon y Tertuliano, fuimos pircibiendo que muchas mujeres que circulabam en la Iglesia e en los circulos gnósticos entrabam en contacto con diversos textos religiosos y practicas ritualísticas. Por otro lado, percibimos que la participación de las mujeres en estos movimientos no implicaba en relación de igualdad, pero si, de absorción del elemento feminino en una perspectiva de redención