Voluntary disclosure theory and sustainability reporting : a study of the companies that comprise the ISE BM&F Bovespa

O intuito primordial dos relatórios e indicadores de sustentabilidade é de a organização prestar contas aos investidores e à sociedade, em relação ao seu comportamento frente à sustentabilidade. No que se refere à divulgação, Verrecchia (2001) propôs a taxonomia da Teoria da Divulgação Voluntária (TDV), sendo essa, referente à tendenciosidade que a organização pode adquirir ao revelar ou destacar informações que possam ser favoráveis, e omitir ou apresentar de forma tímida informações desfavoráveis ao comportamento dos investidores e clientes. Nesse contexto, o objetivo geral dessa pesquisa foi o de analisar a aplicabilidade dos aspectos da TDV em relatórios de sustentabilidade publicados por empresas do ISE entre 2006 e 2015. Para tal, optou-se por fazer um estudo de natureza qualitativa, do tipo documental, tendo como unidade de análise Relatórios Anuais nas versões em português e inglês de empresas que permaneceram no ISE de 2006 a 2015, os quais tiveram seu conteúdo analisado com o auxílio da plataforma Microsoft Cognitive Services. Os principais resultados encontrados foram: ao investigar os motivos que as empresas publicam seus relatórios, pode-se averiguar que pode haver uma tendenciosidade na predisposição de informações; pode-se observar que todas as empresas, em todos os anos, citam em algum momento que são as que possuem mais destaque no segmento; a maior parte dos 180 relatórios analisados apresentam de forma chamativa os prêmios que receberam e as premiações; na média geral, a empresa que mais publicou páginas foi o Banco do Brasil, e a que menos publicou foi o Bradesco, e este, em relação ao número de páginas, percorreu o caminho inverso das empresas CPFL, ITAU e Natura, as quais, a partir de 2013 diminuíram consideravelmente o número de páginas do relatório anual, já o Bradesco a partir desse ano aumentou o número de páginas, apesar de afirmar ter buscado adotar alguns padrões do Relato Integrado; nas versões em inglês, as empresas se preocuparam em evidenciar mais do que o dobro de informações em um contexto positivo do que nas versões em português; não há como os stakeholders terem absoluta certeza dos conteúdos dos relatórios, em virtude da assimetria informacional, sendo necessária cautela, por parte dos usuários, na utilização de quaisquer informações divulgadas; o ano de 2011 foi o ano que mais houve informações relacionadas à Sustentabilidade nos relatórios pesquisados; há uma interação dicotômica entre os motivos que levam a empresa publicar determinadas informações e o impacto que essas causam na própria informação e na sociedade. Portanto, não há condições de consultar unicamente no que é publicado em um relatório anual para tomadas de decisões tanto de investimentos como para definir uma posição pessoal quanto a empresa, e nesse sentido, informação é uma arma política, e que pode ser usada para manipular tanto grandes massas populacionais quanto investidores e até mesmo colaboradores. Futuros estudos podem percorrer o caminho proposto em outras frentes de pesquisa.The primary purpose of sustainability reports and indicators is for the organization to be accountable to investors and society for their behavior towards sustainability. Regarding disclosure, Verrecchia (2001) proposed the taxonomy of the Voluntary Disclosure Theory (VDT), which refers to the bias that the organization can acquire by revealing or highlighting information that may be favorable, and omitting or presenting unfavorable information to the behavior of investors and customers in a shallow way. In this context, the general objective of this research was to analyze the applicability of the VDT aspects in sustainability reports published by ISE companies between 2006 and 2015, which had their content analyzed with the aid of the platform Microsoft Cognitive Services. To do this, it was chosen to do a documentary qualitative study, having as unit of analysis the Annual Reports of companies that remained in the ISE from 2006 to 2015 in their portuguese and english versions. The main results found were: when investigating the reasons why companies publish their reports, it can be verified that there may be bias in the predisposition of information; it can be observed that all the companies, in every year, mention at some point that they are the ones that have more prominence in the segment; most of the 180 reports analyzed showcase the prizes they received; in the overall average, the company that published the most pages was Banco do Brasil, and the one that published the least was Bradesco, which in relation to the number of pages, traveled the opposite way of the companies CPFL, ITAU and Natura, that, since 2013, considerably decreased the number of pages of the annual report, and Bradesco since that year has increased the number of pages, despite claiming to have adopted some Integrated Report standards; in the English versions, the companies were concerned with evidencing more than twice as much information in a positive context as in the portuguese versions; there is no way for stakeholders to be absolutely certain of the contents of the reports, due to informational asymmetry, and caution is required of users in the use of any information disclosed; the year 2011 was the year that there was more information related to Sustainability in the surveyed reports; there is a dichotomous interaction between the reasons that lead the company to publish certain information and the impact they cause on the information itself and on society. Therefore, it is not possible to consult only what is published in an annual report for both investment decisions and to define a personal position regarding the company, and in that sense, information is a political weapon, and it can be used to manipulate large population groups, investors and even employees. Future studies can go the proposed way in other research fronts