Biomassa de espécies arbóreas nativas em reflorestamento no Norte do Paraná, Brasil

A implantação de reflorestamentos com espécies nativas, e o conseqüente crescimento dessas espécies têm potencial para captar e fixar o carbono atmosférico, incorporando-o na biomassa. Estudos envolvendo a estimativa de biomassa vegetal permitem identificar padrões que podem ser úteis no planejamento da restauração. Desse modo, este trabalho teve como objetivo relacionar a estrutura florestal e a fertilidade do solo com a biomassa viva, acima do solo, de espécies arbóreas. O estudo foi desenvolvido em 12 reflorestamentos de espécies nativas com idades entre 40 e 89 meses, situados no entorno do Reservatório de Capivara, no norte do Paraná. Para tanto, foram instaladas dez parcelas (10x10m) em cada reflorestamento, onde foram medidos e identificados todos os indivíduos arbóreos com circunferência à altura da base (CAB) ≥ 5 cm. Para a estimativa da biomassa foram utilizadas equações alométricas espécie-específicas. Um total de 2031 indivíduos foram amostrados, distribuídos em 27 famílias, 49 gêneros e 57 espécies. A biomassa variou de 27 a 85 Mg.ha-1. A idade dos reflorestamentos, a riqueza de espécies (que variou de 11 a 34) e a porcentagem de indivíduos de espécies pioneiras (59 a 91,7% do total de árvores medidas) não apresentaram correlação com a biomassa. Apenas a densidade de indivíduos por hectare explicou a variação de biomassa (p=0,0078; r2 = 0,5241). Uma análise de agrupamento indicou a formação de cinco grupos compostos por parcelas de composição florística similar. A biomassa viva acima do solo não variou entre os grupos (p>0,05). Em relação às variáveis químicas do solo a biomassa apenas se relacionou com tais variáveis dentro dos grupos de composição florística similar: concentração de fósforo (grupo 3 - r2= 0,27 e p= 0,0084), pH (grupo 4 - r2= 0,16 e p= 0,020) e saturação de bases (grupo 4 - r2= 0,13 e p= 0,032).The implementation of reforestation with native species, and the subsequent growth of these species have the potential to capture and fix atmospheric carbon, incorporating it into biomass. Studies involving the estimation of plant biomass can identify patterns that may be useful in planning the restoration. Thus, this study aimed to relate forest structure and soil fertility with aboveground biomass of native tree species. The study was conducted in 12 reforestations of native species between the ages of 40 and 89 months, located in the vicinity of Capivara Reservoir in northern Paraná. For this, we installed ten plots (10x10m) in each reforestation, which were measured and identified all trees with high circumference of the base (CAB) ≥ 5 cm. To estimate the biomass species-specific equations were used. A total of 2031 individuals were sampled, distributed in 27 families, 49 genera and 57 species. The biomass ranged from 27 to 85 Mg.ha-1. The age of reforestation, species richness (which ranged from 11 to 34) and the percentage of individuals of pioneer species (59 to 91.7% of total trees measured) showed no correlation with biomass. Only the density of trees per hectare explained the variation in biomass (p = 0.0078, r2 = 0.5241). A cluster analysis indicated the formation of groups consisting of five parcels of similar floristic composition. The aboveground biomass does not vary between groups (p> 0.05). In relation to soil chemical variables only biomass was related to such variables within groups of similar species composition: the concentration of phosphorus (group 3 - r2 = 0.27 and p = 0.0084), pH (group 4 - r2 = 0 16, p = 0.020) and saturation (group 4 - r2 = 0.13 and p = 0.032)