Developments of the territorialization of the sugarcane sector in the state of Paraná

Partindo-se da premissa de que a crescente expansão do setor canavieiro após a década de 1970 e mais recentemente, durante a primeira década do século XXI, provocou uma série de impactos socioambientais no espaço agrário brasileiro, este trabalho objetiva apresentar os desdobramentos da reprodução do capital sucroenergético, tendo como recorte geográfico o estado do Paraná. Para tanto, se apoia metodologicamente na revisão bibliográfica especializada, assim como na utilização de bases de dados de diversas instituições e nas verificações empíricas na territorialidade do setor sucroenergético paranaense, para empreender a análise dialética dos arranjos socioespaciais dos municípios canavieiros do estado do Paraná. Não obstante, se pauta numa análise onde o formato e estrutura da produção canavieira, fundamentada na agricultura capitalista, estão associados aos referidos impactos socioambientais, sendo o Estado considerado o comando político do capital, que tem buscado historicamente salvaguardar os interesses das classes dominantes, assumindo assim o papel de potencializador da eficiência dessas classes em extrair a renda fundiária, financiando e subsidiando todas as etapas do processo produtivo, executando políticas territoriais e atuando no sentido de viabilizar a continuidade da conjuntura favorável para a acumulação capitalista. Se o formato e estrutura da produção sucroenergética assentado no modus operandi da agropecuária capitalista não possui a eficiência produtiva sustentada pelos seus defensores, comprovada nas históricas oscilações de apogeus e crises, constata-se que o conjunto da sociedade tem arcado em ritmo crescente na viabilização dessa produção. Neste sentido, como consequência do processo de territorialização dos monopólios do setor sucroenergético, tem persistido a concentração fundiária, além da presença cada vez mais marcante das disputas territoriais travadas entre a cana-de-açúcar, os demais cultivos da agropecuária capitalista e os cultivos alimentares, além da precarização das relações de trabalho, expressa na superexploração do cortador de cana, realidade esta que contradiz com os altos níveis de rentabilidade auferidos pelo setor sucroenergético, assim como a disponibilidade tecnológica da contemporaneidade.Based on the premise that the growing expansion of the sugarcane sector after the 1970s and more recently during the first decade of this century provoked a series of socioenvironmental impacts in the Brazilian agrarian space, this work aims to present the unfolding of the reproduction of the sugarcane capital, having as analytical geographic cut the state of Paraná. In order to do so, it relies methodologically on the specialized bibliographic review, as well as on the use of data bases of several institutions and empirical verifications on the territoriality of the Paraná sugarcane sector, in order to undertake the dialectical analysis of the spatial arrangements of sugarcane municipalities in the state of Paraná. Nevertheless, it is based on an analysis where the format and structure of sugarcane production, based on capitalist agriculture, are associated with the aforementioned social and environmental impacts, and the State is considered the political control of capital, which has historically sought to safeguard the interests of the dominant classes, assuming thus enhancing the efficiency of these classes in extracting the land rent, financing and subsidizing all stages of the productive process, executing territorial policies and acting in order to enable the continuity of the favorable situation for capitalist accumulation. If the format and structure of sugarcane production based on the modus operandi of capitalist agriculture does not have the productive efficiency sustained by its proponents, proven in the historical oscillations of apogees and crises, it can be seen that society as a whole has been increasingly involved in the viability of this production. Therefore, as a consequence of this process of territorialisation of the monopolies of the sugarcane sector, land concentration has continued, in addition to the increasingly marked presence of territorial disputes between sugarcane, other crops of capitalist agriculture and food crops, besides the precariousness of labor relations, expressed in the overexploitation of the sugarcane cutter, a reality that contradicts the high levels of profitability of the sugarcane industry, as well as the technological availability of contemporaneity