Predator arthropods and pests in soybean-cornsuccession systems with the genetically modified plants

Plantas geneticamente modificadas (GM), que expressam genes com atividade inseticida, representam uma opção ambientalmente mais segura para o controle de insetos-praga. No entanto, diversos questionamentos surgem quanto a esta estratégia, particularmente quanto ao impacto em organismos não-alvo. Desta forma, objetivou- se avaliar populações de artrópodes predadores e insetos-praga, em campos de cultivo com sucessão soja-milho, incluindo o uso de plantas geneticamente modificadas. Foram avaliados experimentos em dois anos agrícolas, em que os tratamentos foram compostos pela combinação de três genótipos de soja (a cultivar BRS284 e suas linhagens derivadas RR e Bt RR2) cultivados na safra, com dois híbridos de milho (um Bt e outro não-Bt) cultivados em segunda safra, perfazendo seis tratamentos, nos quais houve controle de pragas apenas quando foi atingido o nível de controle. Em um sétimo tratamento (T7) foi utilizada a linhagem de soja RR, seguida de milho Bt. Neste tratamento, o manejo de pragas foi realizado de forma calendarizada. Os insetos-praga foram amostrados semanalmente com pano de batida em soja e em milho foi realizada avaliação de dano por escala de notas. Para as coletas de artrópodes predadores, utilizaram-se armadilhas pitfall, tanto em soja como em milho com frequência quinzenal. Os resultados das coletas em soja e milho, com armadilhas de queda, evidenciaram maior abundância das ordens Araneae e Coleoptera, nos dois anos agrícolas. Houve destaque para as aranhas, com frequência igual ou superior a 68%. No caso da soja, Carabidae e Staphylinidae foram mais frequentes, com destaque para Notiobia chalcites e Scarites sp. No caso do milho, houve destaque para as famílias Hemerobiidae e Staphylinidae. Não se detectou diferenças em relação aos dois anos e entre os tratamentos para aranhas, carabídeos e estafilinídeos. Nas avaliações pelo pano de batida, na soja, verificou-se maior abundância para Lebia sp e Geocoris sp. Numa análise geral, tanto para a cultura do milho quanto da soja, não se detectou diferenças estatísticas entre os tratamentos, quanto à distribuição dos artrópodes predadores, indicando que, no curto prazo (dois anos agrícolas), os inimigos naturais da cultura do milho e da soja, não são afetados pela tecnologia Bt. A soja Bt RR2 e milho Bt confirmaram sua eficiência no controle de lagartas, por possuírem genes cry1Ac e cry1Ab respectivamente.Besouros desfolhadores e Euschistus heros apresentaram alta densidade populacional em soja Bt, portanto atenção deve ser dada a estes organismos não-alvo, que podem aumentar com a adoção desta tecnologia.Uma ou outra exceção detectada entre os tratamentos, com diferença estatística, não apresenta consistência que encaminhe a inferências de relação causa e efeito, ou mesmo conclusões. Isto pode ser justificado pela peculiaridade de cada espécie, merecendo estudos de médio e longo prazo, especialmente porque a adoção da tecnologia de soja Bt ainda encontra-se em fase inicial no Brasil.Genetically modified (GM) plants expressing genes with insecticidal activity, represent a more environmentally safe option for the control of insects- pest. However, several questions arise as to this strategy, particularly regarding the impact on non-target organisms. Thus, aimed to evaluate populations of arthropod predators and pests in crop fields with succession soybean-corn, including the use of genetically modified plants. Experiments were evaluated in both years, in which treatments were composed by the combination of three soybean genotypes (cultivar BRS284 and its derived lines RR and Bt RR2) grown in a crop with two corn hybrids (one Bt and other non- Bt) grown in the second season, making six treatments in which there was pest control only when it reached the level of control. In treating a seventh (T7) was used soybean line RR, followed by Bt. In this treatment, pest management was carried out in a scheduled way. The insects- plague were sampled weekly to beat cloth on soybean and corn was conducted evaluation of damage rating scale. For collections of arthropod predators, we used traps "pitfall" both in soy in corn with fortnightly basis. The results of the collections in soybeans and corn, with pitfall traps, showed greater abundance of Araneae orders, and Coleoptera, in two seasons. There was especially spiders, often less than 68%. For soybeans, among Coleoptera, Carabidae and Staphylinidae were more frequent, especially Notiobiachalcites and Scarites sp. For maize, there was emphasis on Hemerobiidae and Staphylinidae families. There was no differences in the two years between treatments for spiders, carabid and staphilinids. In the evaluations by the beat of cloth, soybean, there was greater abundance to Lebia sp and Geocoris sp. In a general analysis, both for corn as soybean, was not detected statistical differences between treatments on the distribution of arthropod predators, indicating that in the short term (two seasons), the natural enemies of maize and soybeans, are not affected by Bt technology. The Bt RR2 soybean and Bt corn have confirmed their efficiency in the control of caterpillars, because they have genes cry1Ac and cry1Ab respectively. Defoliating beetles and Euschistus heros showed high population density on Bt soybean, so attention should be given to these non-target organisms, which may increase with the adoption of this technology. Either exception detected between treatments, with statistical difference, lacks consistency to transmit the inferences of cause and effect relationship, or even conclusions. This can be explained by the peculiarities of each species, deserving studies of medium and long term, especially since the adoption of Bt soybean technology is still at an early stage in Brazil