Desempenho produtivo e características de carcaça de cordeiros alimentados com rações contendo torta de girassol em substituição ao farelo de algodão

Objetivou-se com este estudo determinar o melhor teor de substituição da proteína do farelo de algodão pela proteína da torta de girassol, em dietas fornecidas a cordeiros Santa Inês, por meio da avaliação do consumo, ganho de peso, conversão alimentar, características de carcaça, qualidade da carne, medidas morfométricas e crescimento alométrico. Foram confinados por 60 dias, 30 cordeiros da raça Santa Inês, machos, inteiros, com idade e peso médio no início do experimento de 80 dias e 21,45 ± 2,16 kg, respectivamente. O delineamento experimental foi completamente casualizado, sendo os animais divididos em 5 tratamentos, com 6 repetições por tratamento. Os valores entre parênteses referem-se a percentagem de proteína de acordo com o alimento utilizado: TG0 - farelo de algodão (100%); TG20 - farelo de algodão (80%) + torta de girassol (20%); TG40 - farelo de algodão (60%) + torta de girassol (40%); TG60 - farelo de algodão (40%) + torta de girassol (60%); e TG80 - farelo de algodão (20%) + torta de girassol (80%). Para as determinações morfométricas, foram aferidas as seguintes medidas pré-abate: comprimento corporal, comprimento da perna; perímetro da perna; altura do dorso; altura da garupa; perímetro torácico; largura da garupa e largura de peito. Foram realizadas avaliações de carcaça e o Longíssimus dorsi foi retirado para análises de: força de cisalhamento, cor, pH, marmoreio, perda de água por pressão, análise sensorial, centesimal e oxidação lipídica. Nos parâmetros de consumo, verificou-se diferença apenas no consumo de extrato etéreo em relação g/kgPV0,75, sendo que os animais do tratamento TG80 ingeriram maiores quantidades de extrato etéreo. Em relação às medidas morfométricas, houve decréscimo linear com a inclusão da torta de girassol na dieta para a altura de dorso e largura de garupa. Os rendimentos de carcaça quente e fria apresentaram comportamento quadrático, sendo os melhores valores encontrados foram para os tratamentos com baixa inclusão de torta de girassol. As medidas de carcaça, assim como rendimento dos cortes não foram afetados pelos diferentes níveis de torta de girassol. Quanto aos parâmetros da carne ovina, apenas a perda de água na cocção e força de cisalhamento foram afetados, de forma quadrática e linear, respectivamente, sendo que a carne se mostrou mais macia nos animais alimentados com maiores quantidades de torta de girassol. Os provadores não identificaram diferença da carne entre os tratamentos, e a classificaram como intensidade de odor moderado, boa maciez, pouca à moderada suculência e aceitabilidade mediana. As variáveis peso final, consumo de matéria seca e conversão alimentar não foram afetadas pelas dietas experimentais, embora o ganho médio diário tenha sido inferior nos animais mantidos em dietas com maior teor de torta de girassol. A substituição da proteína do farelo de algodão, pela proteína da torta de girassol afetou negativamente o ganho de peso de cordeiros Santa Inês em confinamento, porém não influenciou nos parâmetros de consumo. Os teores utilizados de torta de girassol não alteraram a maioria das características da carcaça e qualidade da carne ovina.The objective of this study was to determine the optimal level of protein replacement of cottonseed meal by sunflower cake in diets fed to lambs Santa Inês, through the evaluation of consumption, weight gain, feed conversion, carcass characteristics , meat quality, morphometric measurements and allometric growth. Were confined for 60 days, 30 lambs Santa Inês, intact males, with age and weight at the beginning of the experiment 80 days and 21.45 ± 2.16 kg, respectively. The experimental design was completely randomized, and the animals were divided into 5 treatments with 6 replicates per treatment. The values in parenthesis refers to the percentage of protein used according to the food: TG0 - cottonseed meal (100%), TG20 - cottonseed meal (80%) + sunflower cake (20%), TG40 - cottonseedmeal (60%) + sunflower cake (40%), TG60 - cottonseed meal (40%) + sunflower cake (60%) and TG80 - cottonseed meal (20%) + sunflower cake (80%). For morphometric determinations, the following measures were taken pre-slaughter body length, leg length, leg perimeter, height of the dorsum; hip height; chest girth, hip width and chest width. Were evaluated carcass and Longissimus dorsi was removed for analysis of: shear force, color, pH, marbling, loss of water by pressure, sensory analysis, quimical analyses and lipid oxidation. In consumption parameters, there was only difference in the consumption of ether extract in relation g/kgPV0 75, whereas animals in the treatment TG80 ingested larger amounts of ether extract. Regarding the morphometric measurements, there was a linear decrease with the inclusion of sunflower cake in the diet to the height of the dorsum and hip width. The hot and cold carcass yield showed quadratic behavior, being the best values found for treatments with low inclusion of sunflower cake. Carcass measurements, as well as cut yields were not affected by different levels of sunflower cake. Regarding the parameters of sheep meat, only water loss during cooking and shear force were affected, quadratic and linear, respectively, and the meat was more tender in animals fed higher amounts of sunflower cake. The tasters did not identify difference in the meat between treatments, and classified as moderate odor intensity, good softness, low to moderate juiciness and medium acceptability. Final weight, dry matter intake and feed conversion were not affected by the experimental diets, although the average daily gain was lower in the animals maintained on diets with higher content of sunflower cake. The replacement of cottonseed meal protein by sunflower cake protein affected negatively the weight gain of Santa Inês lambs in feedlot, but did not influence the consumption parameters. The levels used of sunflower cake did not alter most carcass characteristics and sheep meat quality