Qualitative variability of soybean grain

A cultura da soja tem grande importância para a economia brasileira e mundial. É a cultura anual com maior produção de proteína do mundo, com baixo custo e em curto espaço de tempo. Ao observar a dinâmica de comercialização de soja no Brasil, não há estratégias de segregação qualitativa de grãos no momento de comercialização, recepção e utilização da biomassa em cooperativas e/ou agroindústrias. Diversos estudos têm demonstrado a variabilidade qualitativa dos grãos em função do manejo agronômico e das condições de cultivo, o que apoia a introdução deste tipo de conceito. O objetivo deste trabalho foi relacionar teores de proteína, óleo e perfil de ácidos graxos extraídos de grãos de soja com o genótipo, manejo agronômico e/ou condições edafoclimáticas de cultivo, detectando diferença regional e de manejo significativas sobre a qualidade dos grãos. Dois experimentos distintamente foram conduzidos: A) determinação dos fatores que mais afetam os teores de proteína, óleo e o perfil de ácidos graxos em soja, considerando como variáveis classificatórias ano de cultivo, grupo de maturidade, altitude e soma térmica janeiro-fevereiro; B) determinação do efeito de épocas de aplicação de redutor de crescimento e populações de plantas sobre os componentes de rendimento, qualidade fisiológica e química de sementes de soja. No experimento A, 110 amostras de sementes provenientes de três anos de cultivo, em 25 municípios, de três grupos de maturidade e seis genótipos foram analisadas. No experimento B, o efeito de quatro épocas de aplicação de redutor de crescimento (lactofen) (testemunha, V2, V5 e R1) e populações de plantas (Experimento 1: 222.222; 266.667; 311.111; 355.556 plantas ha-1; Experimento 2: 170.000; 200.000; 230.000; 260.000 plantas ha-1) em delineamento de blocos aleatorizados e esquema fatorial foi estudado. Tanto o manejo agronômico, baseado na utilização de regulador de crescimento e alterações na população de plantas quanto às condições edafoclimáticas de cultivo apresentam fortes influência sobre a variabilidade qualitativa de grãos em soja. A maior influência sobre a variabilidade do teor de proteína e ácido oleico (C 18:1) foi o grupo de maturidade, onde ambos foram aumentando em grupos mais tardios; do teor de óleo, ácido palmítico (C 16:0) e esteárico (C 18:0) foi o ano de cultivo, onde os teores foram aumentando com o passar dos anos; do ácido linoleico (C 18:2) foi a soma térmica janeiro/fevereiro, com tendência de redução do teor com aumento da soma térmica; e do ácido linolênico (C 18:3) foi a altitude, com aumento do teor concomitante ao aumento da altitude. Quanto ao manejo agronômico baseado na utilização de redutor de crescimento e populações de plantas, para o rendimento de grãos as épocas de aplicação não proporcionaram efeitos suficientes para conclusão de melhor época de aplicação, sendo que ausência de aplicação não diferiu das aplicações. Para a qualidade fisiológica, não há diferença entre aplicar em V5 ou em R1. Para teor proteína, as aplicações mais precoces foram melhores e para rendimento de óleo, aplicações mais tardias demonstraram melhores resultados.The soybean crop has an important role in the Brazilian and world economy. It is the worlds largest annual crop in protein and vegetable oil production, with low cost in a short time. By observing the soybean market dynamics in Brazil, there is no grain segregation strategies in the trading time, reception and use of biomass in co-operatives and/or agro-industries. Several studies have demonstrated the qualitative variability of grains according to agronomic management and growing conditions, which supports the introduction of this type of concept. The objective of this study was to relate protein, oil and fatty acid profile extracted from soybeans with genotype, agronomic management and/or climatic conditions of cultivation by detecting regional differences and significant management on grain quality. Two experiments were carried out distinctly: A) determination of the factors that affect the protein, oil and fatty acid profile, considering as classificatory variables year of cultivation, maturity group, altitude and thermal time from January+February; B) determining the growth retardant application timing and effect of plant population on yield components, physiological amd chemical of seeds. In experiment A, 110 samples of seeds from three years of cultivation in 25 cities, three maturity groups and six genotypes were analyzed. In experiment B, the effect of four growth regulator application times (lactofen) (control, V2 and R1) and plant populations (Experiment 1: 222,222; 266,667; 311,111; 355,556 plants ha-1; Experiment 2: 170,000; 200,000; 230,000; 260,000 plants ha-1) in a randomized blocks and factorial design was studied. Both agronomic management, based on the use of growth regulator and changes in plant population as the local and climate growing conditions have strong influence on the qualitative variability of soybeans. The greatest influence on the variability of protein and oleic acid content was the maturity group where both were increasing in later groups; Oil content of palmitic and stearic acid was year of cultivation where contents were increasing over the years; linoleic acid was the thermal time January+February, with content reduction trend with increase of the thermal time; and linolenic acid was the altitude, with content increase associated to the higher altitude. Related to the crop management based on the use of growth retardant and plant populations, for grain yield the application times did not provide sufficient effects to conclude about the best time os application, and the control treatment did not differ from applications. For the physiological quality, there was no difference between applying in V5 or R1. For protein, the earlier applications are better, and for oil yield, later application showed better results