Microsporogênese, microgametogênese e identificação molecular dos tipos de citoplasmas macho-estéreis C e S em milho.

Em milho, a identificação do tipo de citoplasma macho-estéril é de fundamental importância para se conhecer a qual grande grupo ele pertence e também a confirmação dele, quando previamente informada. Este conhecimento também se faz necessário, para que se descarte qualquer possibilidade de utilização do tipo de citoplasma macho-estéril T, por conferir suscetibilidade à planta ao Bipolaris maydis. Os objetivos do presente trabalho foram acompanhar a microsporogênese e microgametogênese de plantas de milho portando os tipos de citoplasmas Normal (N), macho-estéreis Charrua (CMS C) e USDA (CMS S) e identificar molecularmente esses tipos de citoplasmas. Os pendões foram coletados na fase de encartuchamento, e o núcleo da célula-mãe do grão de pólen foi corado com solução de carmim propiônico 0,6% para identificação das fases da microsporogênese, da microgametogênese e do desenvolvimento ou degeneração do grão de pólen nos tipos de citoplasmas N e macho-estéreis Charrua C e S. A identificação molecular dos tipos de citoplasmas macho-estéreis foi realizada empregando-se primers específicos. As fases I e II da meiose foram verificadas nestes três tipos de citoplasmas, N e macho-estéreis C e S. Entretanto, por meio da análise citogenética, estes se distinguiram a partir do final da meiose II, isto é, a partir da microgametogênese, que se inicia com o micrósporo, imediatamente após a telófase II. Em plantas portando o citoplasma N, o grão de pólen passou por todas as fases de diferenciação do micrósporo, isto é, divisões do núcleo (citocineses), formação da camada exina, preenchimento com amido e alcançando a fase de maduro. O tipo de citoplasma CMS C apresentou degeneração do grão de pólen na fase de micrósporo vacuolado. Em plantas portando CMS S, os micrósporos degeneraram nos estágios de uninucleado para binucleado, posterior ao observado no CMS C. O acompanhamento do desenvolvimento do grão de pólen de fontes de resistência macho-estéreis, por meio da microsporogênese e microgametogênese, associado à identificação molecular permitiu confirmar os respectivos tipos, C e S. A correta identificação de fontes de macho-esterilidade é de fundamental importância para os programas de melhoramento de milho visando a introgressão dessas em linhagens-elites utilizadas na produção de híbridos