Conjunctio oppositorum e relações dialógicas em sala de aula : o ser vivente no mundo, o estar com o outro

Trabalho de conclusão de curso (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Departamento de Artes Cênicas, 2021.Navegar entre aquilo que é estruturado em ensaios (como partituras, linhas de ações, textos) e a verdade irremediável de imprevisibilidade do acontecimento teatral se apresenta como um grande desafio para intérpretes. Esta pesquisa parte do entendimento que o trabalho docente se enquadra na categoria de “performance” (SCHECHNER, 2003) ou de “teatralidade/espetacularidade” (BIÃO, 2009). Então a pessoa docente, quando está em sala de aula, precisa navegar entre as dimensões de estrutura (planejamentos de aula) e espontaneidade (aquilo que vem da troca com alunos no aqui e agora). Dito isto, o objetivo deste trabalho de conclusão de curso é articular como o entendimento do conceito de “conjunctio oppositorum”, usado por Grotowski (1987) para expressar o paradoxo estrutura-espontaneidade no fazer cênico, pode auxiliar na criação de espaços de ensino democráticos e dialógicos em consonância com as proposições de Ranciére (2020), Freire (1987) e bell hooks (2017) para o campo da docência.To navigate between what was structured in rehearsals (such as scores, lines of action, texts) and the irrepressible truth of the unpredictability of the theatrical event presents as a big challenge to actors and actresses. This research parts of the understanding that the teaching work fits in the category of “performance” (SCHECHNER, 2003). So, a teacher, in a class, needs to navigate between the aspects of structure (lesson plans) and spontaneity (what is exchanged with the students here and now). Hereupon, the goal in this work is to articulate how the understanding of the concept of “Conjunctio oppositorum”, used by Grotowski (1987) to express the structure-spontaneity paradox in the theatrical work, can help in the creation of democratic and dialogical teaching spaces, in line with the propositions of Ranciére (2020), Freire (1987) and hooks (2017)