Narrações de professores e avaliação da aprendizagem: atravessamentos, tempos vividos em si-outro

No presente artigo elaboram-se argumentos que põem em relevo um processo de investigação-formação como lugar de formação permanente de professores. Tece-se um recorte a partir de uma pesquisa dissertativa, a qual se coaduna na discussão da formação de professores de matemática mediante um processo de experienciação das histórias de vida, objetivando investigar as significações acerca da avaliação da aprendizagem. Considera-se, teórico-metodologicamente, o cenário da Pesquisa-formação uma abordagem (auto)biográfica, de tal modo que as narrativas, ao mobilizarem a subjetividade dos docentes, demarcam as experiências de um tempo vivido atravessado de si-outro. Estas narrativas realizaram-se com três professoras de matemática de educação básica mediante temas geradores, considerando-se marcas e problematizações acerca de práticas educativas. Têm-se, assim, significações de que no processo de narração reelaboram-se e são produzidos indícios reflexivos e possibilidades de mudanças. Com isso, a pesquisa adquiriu um desenho que (entre)laça os tempos passado-presente-futuro e que, hermeneuticamente, interpreta o trabalho com os sujeitos, demarcando a pesquisa como prática de (auto)formação em uma perspectiva reflexivo-crítica da/na práxis pedagógica.