Gestão de Organizações Sociais

Desempenhar, atualmente, funções de gestão/direção de uma organização da economia social é um grande desafio, dada a necessidade de garantir a sustentabilidade organizacional, sem esquecer o fim dessas mesmas organizações, que consiste na satisfação das necessidades sociais dos seus clientes – os cidadãos. Esse desafio exige a preparação das direções e direções técnicas em diversas áreas do saber, compreendendo as exigências específicas de cada área de atuação, garantindo a atualização do conhecimento e sabendo utilizar e implementar todas as ferramentas necessárias para que a organização funcione em uníssono e de acordo com objetivos e metas comuns e partilhadas. Se até há bem pouco tempo, o funcionamento deste tipo de organizações era suportado, quase na íntegra, pelo financiamento público, atualmente esse financiamento é cada vez mais difícil e escasso, urgindo a procura de fontes de financiamento alternativas, além da gestão eficiente de todos os recursos ao dispor de cada organização, sejam eles humanos, materiais ou financeiros. Este manual prático é, por isso, um guia de apoio para todos os profissionais das OES que procurem desenvolver boas práticas na gestão das suas organizações, baseando a sua atuação num conhecimento concreto da realidade como suporte à tomada de decisões e à definição do caminho a percorrer para garantir a sustentabilidade da organização a médio e longo prazo, bem como a qualidade e excelência dos serviços prestados aos diferentes tipos e segmentos de clientes, além de estabelecer relações duradouras e adequadas com todos os stakeholders. Procurámos apresentar uma abordagem pragmática de todos os temas, apoiada numa linguagem simples e clara, que permita a qualquer técnico ou quadro superior de uma OES compreender a informação analisada e utilizar as ferramentas e exemplos práticos para o suporte do seu trabalho e para a sua adaptação às necessidades e especificidades da organização em que colabora, facilitando, não só o diagnóstico, mas também o planeamento, implementação, monitorização e avaliação. Apesar do esforço para abordarmos diversas áreas e temas, de forma científica e à qual procurámos associar sempre exemplos práticos e ferramentas de apoio ao seu desenvolvimento e implementação no mundo real, este manual não consegue cobrir todos os assuntos ou áreas que suportem o trabalho exigido à gestão diária das OES. Consideramos, contudo, a pertinência deste suporte técnico, restando-nos pensar em futuras publicações que consigam associar a esta investigação outras abordagens e perspetivas científicas e técnicas.