SUICIDIOS E TENTATIVAS DE SUICÍDIOS POR MEIO DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA – UM OLHAR CRÍTICO

A intoxicação exógena é uma das três principais formas mais utilizadas de suicídio, e de suas tentativas, a intoxicação é provocada em 70% dos casos. Estudos apontam que os agrotóxicos e medicamentos estão entre as substâncias mais usadas nesses eventos. Apesar de sua frequência, pouco é conhecimento de sua magnitude, o presente estudo tem por objetivo descrever o perfil de tentativas e suicídios por intoxicação exógena e a completitude das informações registrada. Trata-se de uma revisão sistemática na literatura de artigos publicados em sites de busca scielo e pubmed. A revista Brasil Epidemiol, afirmou que cerca de 60% dos casos de suicídios estão presentes as intoxicações. Também foi observado pela Agencia Nacional de Vigilância sanitária que o gênero feminino teve as maiores taxas de autointoxicação, tendo a faixa etária entre 20 a 49 anos e que os principais agentes tóxicos utilizados são: agrotóxicos, (inseticidas: Organofosforados; herbicidas: Gramoxone; rodenticidas: Fluoracetato de sódio) produto veterinário, medicamentos,(medicamentos dermatológicos, medicamentos do sistema nervoso e do aparelho digestivo) produto de uso domiciliar e produtos químicos de uso industrial. O uso irregular desses agrotóxicos, também tem demonstrado ser um fator contribuinte para estes dados, sendo a maioria dos casos registradas na zona urbana, que poderiam justificar o acesso com outra finalidade, mostrando a necessidade da fiscalização e de maior controle por parte da venda urbana ilegal dessas substancias. Esse estudo apontou que o suicídio por intoxicação além de possuir grande relevância devido aos seus números de casos que chegam a serem notificados mais de 10.000 casos/ano no Brasil, torna-se um problema de saúde pública. Os inseticidas, segundo estudos, principalmente aqueles de comercialização ilegalmente, foram os mais utilizados na autointoxicação. Outro agente destacado foram os medicamentos, com um ponto de destaque que o uso de psicotrópicos que não são de prescrição exclusiva de psiquiatras. O clinico geral é a categoria médica que mais se prescreve psicotrópicos, principalmente os ansiolíticos e os antidepressivos. Apesar da legislação que visa o controle desses medicamentos, observam-se que os médicos muitas vezes dispensam essa medicação sem uma avaliação adequada e algumas vezes fora de uma consulta formal. Em suma, é de extrema importância que tenham campanhas que conscientizem para o uso racional de medicamentos, maior controle sobre a venda de agrotóxicos e programas sociais que promovam a assistência aos suicidas. Esses programas poderiam identificar e intervir nas situações de risco para o suicídio, contribuindo para a diminuição dos casos