A INFLUÊNCIA DA TERAPIA COM HIDROXIURÉIA NO PERFIL LABORATORIAL DE CRIANÇAS PORTADORAS DE ANEMIA FALCIFORME NO ESTADO DE CEARÁ

A anemia falciforme (AF) é uma hemoglobinopatia hereditária autossômica causada por uma mutação pontual no gene beta da globina, gerando uma hemoglobina anormal denominada de hemoglobina S (HbS), em homozigose. Essa hemoglobina provoca alterações nas hemácias que mudam o seu formato para forma de foice. A doença apresenta manifestações clínicas que podem comprometer a qualidade de vida do paciente, como: vaso-oclusão; úlcera de perna; avc; sequestro esplênico, dentre outras. E pode apresentar uma grande variabilidade em seu quadro clínico, que se deve à múltiplos fatores, como a concentração de hemoglobina fetal (HbF), os haplótipos do gene da beta globina, a associação com α-talassemia, entre outros. Uma das formas de tratamento para AF é através do uso de hidroxiuréia (HU), um quimioterápico antineoplásico que induz a síntese de hemácias com altos níveis de HbF. Diante disso, o presente estudo teve como finalidade avaliar a influência da terapia com HU no perfil laboratorial de pacientes pediátricos portadores de anemia falciforme. A pesquisa foi realizada através de consulta aos prontuários de crianças que realizam tratamento no Hospital Infantil Albert Sabin, CE. Os dados foram coletados nos meses de março e abril de 2018. Sendo composto o estudo por crianças de 0 a 18 anos, com diagnóstico confirmado de AF, através da eletroforese de hemoglibinas. Pacientes que fazem o uso de HU apresentaram uma tendência acentuada ao aumento de HbF, e na diminuição de HbS se comparados a pacientes que utilizam outro tipo de terapia. Os pacientes que fazem uso de HU apresentaram uma diminuição nos níveis de hemoglobina A (HbA), leucócitos e hematócrito, quando expostos a comparação entre pacientes que não fazem o uso do medicamento. Todavia, os pacientes que fazem o uso de HU apresentaram um aumento significativo nas plaquetas, quando comparados aos pacientes que não fazem o uso do medicamento. Os resultados apresentados demostraram que a terapia com HU na AF apresenta uma influência considerável no perfil laboratorial da doença, que, consequentemente, promove melhorias no prognóstico clínico dos pacientes