O mar nos textos religiosos antigos

The question of the sea is a reality that invades and configures the ancient texts and assigns them a structural and totalizing expressiveness. The religious status of these texts is also due to this expressiveness. The rooting of the themes of the sea occurs in the form of myth, that is, as an exemplary, essential and systemic narrative. The ancient texts with the greatest religious relevance imposed on us on the horizon of antiquity are those of the Bible. Indeed, the sea in the Bible unfolds in multiple metaphorical functions, which define some of the main coordinates of the system of thought. They define what is primordial and abyssal, with multiple metaphoricities arising from it. The primordial naturally refers to all the dynamisms of creation and to the dynamisms and dialectics of history. From the sea rise figures of oppressive power with draconian and monstrous appearances (Dn 7). Around this nucleus are structured parcelary coordinates of mythical subthemes, in the form of sectoral narratives, which converge to an immense parable of synthesis where the immense duration of history, as a global horizon of the gaze in human consciousness, is drawn as the major myth, where the myths encrusted as in precious jewel-case. A questão do mar é uma realidade que invade e configura os textos antigos e lhes atribui uma expressividade estrutural e totalizante. A esta expressividade se fica a dever também de forma pertinente o estatuto religioso destes textos. O enraizamento dos temas do mar ocorre sob a forma de mito, isto é, como narrativa exemplar, essencial e sistémica. Os textos antigos com maior pertinência religiosa que se nos impõem no horizonte da antiguidade são os da Bíblia. Com efeito, o mar na Bíblia desdobra-se em múltiplas funções metafóricas, que definem algumas das coordenadas principais do sistema de pensamento. Com elas se define o que é primordial e abissal, com múltiplas metaforicidades dali decorrentes; o primordial avoca naturalmente todos os dinamismos da criação e os dinamismos e dialéticas da história. Do mar sobem as figuras de poder opressor com aparência draconiana e monstruosa (Dn 7). Em torno a este núcleo se estruturam coordenadas parcelares de subtemas míticos, sob a forma de narrativas setoriais, que convergem para uma imensa parábola de síntese onde a imensa duração da história, como horizonte global do olhar na consciência humana, se desenha como o mito maior, onde os mitos se incrustam como em precioso escrínio