Quem És Tu?, de João Botelho. Contaminação de imagens e produção de sentido(s)

This essay proposes a reflection on the presence of painting in Quem És Tu?, the film directed by João Botelho about Frei Luís de Sousa, written by Almeida Garrett. We evoke the legacy of the theoretical formulations developed around the debate on the arts of space and time, in order to shed light upon the function of painting as an instrument of hermeneutic questioning and enlargement. Hence, in a first approach we study the specific function of the concept of “gaze”, introducing the dimension of play and subsequently analyze the particular dialogues with Caravaggio, El Greco and Francis Bacon, through which João Botelho insinuates a pedagogy of the image.Este ensaio propõe uma reflexão em torno da presença da pintura em Quem És Tu?, o filme de João Botelho sobre Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Ao longo destas páginas convoca-se a memória da elaboração teórica suscitada em torno do debate sobre as artes do espaço e do tempo, de modo a melhor compreender a função da pintura enquanto instrumento de problematização e ampliação hermenêuticas. Consequentemente, aborda-se, num primeiro momento, a função específica do conceito de gaze, a partir do qual se introduz a dimensão do jogo, e, em momentos subsequentes, os diálogos específicos com Caravaggio, El Greco e Francis Bacon, através dos quais João Botelho insinua uma pedagogia da imagem