O presente estudo trata de certos problemas filosóficos relativos à autoconsciência corpórea, tendo como principal objetivo enfraquecer uma imagem descorporificada da concepção que temos de nós mesmos. O trabalho é composto de quatro ensaios conectados: os dois primeiros apresentam uma leitura de filósofos representativos da tradição analítica de inspiração kantiana (Elizabeth Anscombe, Peter Strawson e Gareth Evans), onde se pretende mostrar como esses autores negligenciam nossa natureza corporificada; os outros dois ensaios examinam certos fenômenos de nossa autoconsciência corpórea (a sensação de posse do próprio corpo e a propriocepção), buscando reinterpretá-los à luz de algumas variedades do enativismo (sensório motor, mente estendida...