Reconstruirei a compreensão habermasiana dos fundamentos do racionalismo ocidental e sua contraposição às visões míticas de mundo: o racionalismo possibilitaria, devido à sua capacidade de descentração e à sua separação entre natureza, cultura e individualidade, a reflexivização da prática cotidiana e, com isso, a formação de uma consciência moral universalista, que garantiria a fundamentação formalista, universal das normas. A partir disso, defenderei que a posição habermasiana em relação ao racionalismo sofre de uma cegueira histórico-sociológica que, ao atribuir à cultura racionalista europeia superioridade em relação às visões de mundo mitológicas devido à capacidade de universalização daquela, por um lado reforça o sentido colonizador,...