Este artigo se propõe a confrontar, a partir de apresentações resumidas de seus principais argumentos, duas tradições da interpretação nietzschiana: a francesa e a analítica. Ao final, procuramos fazer um balanço da confrontação, reconhecendo os prós e contras de cada posição: se a tradição analítica tem o mérito de exigir a maior precisão possível na fundamentação dos argumentos filosóficos, ela parece pecar pela estreiteza de seus critérios; se a tradição francesa, por seu turno, derrapa no paradoxo do relativismo, sua ênfase na riqueza simbólica da obra nietzschiana permitiria conservar os seus conceitos fundamentais sem o risco de dogmatizá-los.