Vegetação e ensino de paisagismo: uma experiência de sensibilização

This article develops a reflection on a set of experiences carried out alongside drawing and landscape design students of the Architecture and Urbanism course at the Federal Institute of São Paulo. Through these experiences, we attempted to establish a teaching perspective premised on the concepts of Ecological Planning and Green Infrastructure (GI), rejecting approaches to landscape architecture that are mainly concerned with ornamentality. Considering that Plant Blindness is increasingly common, our main goal was to raise students’ sensitivity and awareness towards the biological, spatial and social dimensions of vegetation. Thus, these experiences explored drawing as a tool for the apprehension of the characteristics of each species and for overcoming the all-too-common view that “plants are all the same.” Three thematic axes were proposed, each presenting specific questions regarding the presence of urban vegetation: “The tree and the city” studied the diversity of native trees and palm trees in São Paulo’s urban forestry; “Building a garden” pointed out that practical knowledge on planting is fundamental to landscaping; “Vegetation and biomes” proposed an understanding of plants in their environment and in their relationships with other biotic and abiotic elements, recognizing that the ecological perspective is paramount for landscape design. The main actions involved in these activities were discovering, acknowledging and experiencing the green. This fostered a more sensitive relationship between subject and object, in a form of engagement that led to deeper knowledge about vegetation, regarded as a determining factor in the training of future landscape architects.O presente trabalho é uma reflexão sobre um conjunto de experiências realizadas junto aos estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal de São Paulo, nas disciplinas de desenho artístico e paisagismo – experiências nas quais tentamos estabelecer uma abordagem de ensino ligada aos conceitos de Planejamento Ecológico e Infraestrutura Verde, ao invés de abordagens meramente ornamentais da arquitetura paisagística. O objetivo principal foi o de despertar nos alunos o interesse pelas dimensões biológicas, espaciais e sociais da vegetação, em um contexto em que a chamada Cegueira Vegetal (Plant Blindness) é cada vez mais comum. Tais experiências exploraram o desenho como ferramenta de apreensão das características das espécies e de superação da visão de que “todas plantas são iguais”. Foram propostos três eixos temáticos, cada um deles trabalhando questões específicas em relação à vegetação: em “As árvores e a cidade”, estudou-se a diversidade de árvores e palmeiras na arborização urbana de São Paulo; em “Plantas no jardim”, foi trabalhado o conhecimento prático sobre o plantio como fundamental para o paisagismo; já “Vegetação e biomas” propôs uma compreensão das plantas em seu ambiente natural e em suas relações com outros elementos bióticos e abióticos, assumindo a centralidade da perspectiva ecológica para o paisagismo. As principais ações envolvidas nessas experiências foram descobrir, reconhecer e experimentar o verde – promovendo uma relação mais sensível entre sujeito e objeto, na qual o engajamento permitiu aprofundar o conhecimento sobre a flora e surgiu como fator determinante para a formação dos futuros arquitetos paisagistas